Relatório recomendando derrubada da passagem a R$ 6 em BH pode ficar pronto na semana que vem

A vereadora Loíde Gonçalves (Podemos), relatora da comissão que analisa a possibilidade de anular o aumento, a R$ 6, das passagens de ônibus em Belo Horizonte, quer entregar aos colegas seu parecer sobre o tema já na semana que vem. A ideia é que, tão logo fique pronto, o relatório de Loíde seja votado pelos integrantes do comitê — permitindo que os 41 vereadores possam, posteriormente, decidir, em plenário, se vão derrubar ou não o reajuste. A parlamentar deve recomendar o veto ao atual valor cobrado aos passageiros dos coletivos.

Nesta sexta-feira (12), ela foi oficializada como relatora da comissão sobre o preço da tarifa. O presidente do comitê, Irlan Melo (Patriota), prometeu uma nova reunião do grupo “imediatamente” após a conclusão da confecção do relatório.

À Itatiaia, Loíde disse que pretende elaborar um relatório “mais técnico o possível”. “Acredito que, na semana que vem, (o parecer) já esteja nas mãos do presidente da comissão”, afirmou.

“A população está necessitando que a gente tome uma decisão acerca do valor das passagens dos ônibus na cidade. A população tem sofrido muito com o valor de R$ 6”, defendeu a vereadora.

Os R$ 6 atualmente cobrados entraram em vigor no dia 23 de abril. Antes, os bilhetes custavam R$ 4,50.

Na prática, a comissão que funciona no Legislativo belo-horizontino analisa um Projeto de Resolução (PRE) redigido para derrubar o decreto editado pelo prefeito Fuad Noman (PSD) para determinar o aumento.

“A Câmara Municipal não está brincando. Estamos tratando de coisa séria. Temos a convicção de que nossa intervenção é necessária. Por isso, os vereadores assinaram o Projeto de Resolução e, hoje, a comissão foi instalada”, garantiu Irlan Melo.

Crença em apoio do plenário

Depois que o relatório de Loíde for analisado pela comissão formada para tratar das passagens, o texto será apreciado pelo conjunto de vereadores, em plenário. A votação vai ocorrer em turno único. Se houver aval de ao menos 21 dos 41 vereadores, o decreto de Fuad vai ser sustado.

A relatora crê no apoio dos colegas à ideia de baixar as tarifas. “Não vejo nenhum vereador que queira votar contra um projeto tão importante. Afinal de contas, os ônibus estão um caos. Não temos um transporte público digno”, opinou.

Para Irlan Melo, o novo preço foi definido sem que os concessionários do transporte público apontassem as lacunas financeiras que justificassem o reajuste.

“A população de Belo Horizonte quer saber a realidade. Vai aumentar, mas com base em quê? Se não temos essa definição, o ideal é voltar ao preço anterior”, criticou.

Relatório pode ditar rumos de negociação

A comissão vai funcionar em meio às conversas da prefeitura e da Câmara com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH). Na quinta-feira (18), as partes têm uma reunião para tratar do valor da passagem e do tamanho do subsídio público repassado às empresas do setor.

A pretensão de Loíde Gonçalves de apresentar o relatório ao restante dos componentes do comitê na próxima semana vai ao encontro do que apurou a Itatiaia nos bastidores da Câmara, que apontam justamente o dia 18 como possível data da votação do parecer. Assim, a provável recomendação da anulação do decreto seria um novo elemento na negociação entre a prefeitura e o Setra-BH