Os vereadores da CPI do Abuso de Poder na prefeitura de Belo Horizonte ouviram na manhã desta quinta-feira (13) o ex-diretor financeiro do Atlético, Carlos Fabel, considerado peça chave para esclarecer a relação do ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) com empresas que prestaram serviço para a PBH.
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A comissão investiga viagens suspeitas e de altos valores do ex-prefeito pagas com dinheiro vivo a empresária Eloá Maria Starling proprietária da Unitour Turismo.
No depoimento Carlos Fabel citou diversos ex-funcionários do Atlético demitidos do clube e depois foram contratados pela prefeitura, inclusive, casos como o concunhado do Kalil, o senhor Raimundo Cirilo.
Outro citado foi Antônio Melo que na época de Atlético fazia cotação de viagem com a Unitour e depois também foi contratado pela prefeitura.
Por fim, Fabel também afirmou que em tempos de Atlético, a empresária Eloá não recebia em espécie, o que na visão dos vereadores foi uma versão diferente na relação com Kalil. Em seu depoimento, Eloá disse na CPI que não cuidava diretamente dos negócios da empresa e que assuntos eram tratados pelo esposo falecido e o contador. Porém, Carlos Fabel afirmou que ela fazia visitas no Atlético para cobrar os pagamentos em atraso.
A relatora da CPI, vereadora Fernanda Altoé (Novo), afirmou que a versão apresentada por Carlos Fabel foi diferente da apresentada pela empresária.
“Ele colaborou muito, explicou todos os questionamentos que tínhamos. E vemos agora divergências no depoimento da senhora Eloá, da empresa Unitour, que não só prestou serviço para a PBH como fez pagamentos de Kalil no Copacabana Palace. Fica o questionamento sobre como funcionava essa relação, o ex-presidente do Atlético, como presidente, tinha várias pessoas que trabalhavam no clube e estavam dentro da prefeitura”, disse Altoé.
Próximos passos
Na próxima semana, a CPI ouvirá outros funcionários do Atlético e da prefeitura. “A CPI vai a cada dia estreitando mais, já tivemos oitivas sobre o IPTU, hoje focamos na relação da PBH com a empresa Unitour e na semana que vem temos novas oitivas com o senhor Lucas Couto, que foi diretor do Atlético e foi lotado no poder Executivo na gestão de Kalil, e também será ouvido o senhor Thiago Penido Martins, servidor da prefeitura que assinou o famoso documento apócrifo que, ao que tudo indica, há irregularidades”, disse o presidente da CPI, Wesley Moreira (PP).
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com o ex-prefeito Alexandre Kalil e aguarda um posicionamento.