O Ministério Público Federal em Roraima (MPF-RR) vai investigar o
De acordo com o Procurador da República, Alisson Marugal, que assina a representação contra Denarium, as falas “além de ofender a imagem coletiva dos Yanomami, rotulando-os como ‘bichos’, expressa opinião depreciativa que implica, ao que parece, a conclusão de que os povos indígenas não podem viver seu modo de vida tradicional”.
Indígenas Yanomami, que vivem em uma terra demarcada na porção Norte do estado, vêm sofrendo uma
Veja também:
‘Vamos tratar os indígenas como seres humanos’, diz Lula em Roraima após casos de desnutrição PF prepara ofensiva contra garimpeiros em território Yanomami, em Roraima
Segundo informações do Ministério dos Povos Indígenas, nos últimos quatro anos, 570 indígenas Yanomami morreram de causas evitáveis na região. Somente no ano passado,
Para o MPF, a declaração pode ser enquadrada como crime de racismo, que prevê pena de reclusão de três a cinco anos.
“Portanto, a princípio estão ultrapassadas as três etapas indispensáveis para caracterização de racismo: a de caráter cognitivo, em que atestada a desigualdade entre os Yanomami e a sociedade envolvente; outra de viés valorativo, em que se assenta suposta superioridade do modo de vida ocidental; e, por fim, uma terceira, em que o Governador supõe legítima a supressão ou redução de direitos fundamentais do Povo Yanomami, consistente na supressão do direito de viver seu modo de vida tradicional”, diz trecho da representação assinada por Marugal.
Após a repercussão da declaração, a Secretaria de Comunicação do Governo de Roraima disse que as falas do governador Antonio Denarium foram “tiradas de contexto” na matéria divulgada pela Folha de S. Paulo. Ainda de acordo com a nota, ele não fez qualquer citação discriminatória e que deseja a melhoria de vida das pessoas, indígenas ou não.