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‘Vamos acabar com o garimpo ilegal e tirar os garimpeiros de lá', diz Lula sobre invasão em terra Yanomami

Lula determinou interrupção do transporte aéreo e fluvial que abastecem o garimpo ilegal em Roraima

Ministério da Defesa realizou operação contra garimpo ilegal em Rondônia

Quinze dias depois de conversar com lideranças indígenas em Boa Vista (RR), sobre a situação de emergência sanitária na Terra Indígena Yanomami, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), garantiu que o estado brasileiro irá retirar os garimpeiros que invadiram o território nos últimos anos.

O presidente determinou, nesta segunda-feira (30), que os ministérios atuem para impedir o transporte aéreo e fluvial, usados para abastecer grupos de garimpeiros que atuam dentro da Terra Indígena Yanomami.

A invasão do território pelo garimpo ilegal está ligado à situação de emergência sanitária de indígenas que estão sofrendo com casos de desnutrição, fome e doenças, como a malária. A Polícia Federal também prepara uma ofensiva contra os garimpeiros no local.

“Assinei um decreto dando poderes às Forças Armadas, ao ministro da Defesa, da Saúde... vamos tomar todas as atitudes para acabar com o garimpo ilegal, tirar os garimpeiros de lá e cuidar do povo Yanomami, que precisa ser tratado com respeito”, afirmou em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto após reunião bilateral com o chanceler alemão, Olaf Scholz.

Lula relembrou uma ação realizada pelo governo brasileiro, ainda na década de 90, que retirou garimpeiros que haviam invadido o mesmo território. Hoje, cerca de 20 mil garimpeiros estão na região.

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“O estado brasileiro, quando quer tomar uma decisão, ele toma e acontece. Já houve um tempo em que tiramos os garimpeiros de lá e que eles não podiam invadir”, afirmou. “Pode demorar um pouco, mas que vamos tirar, vamos. Não vai ter sobrevoo, as barcaças vão ser impedidas de transitar com combustível”, afirmou citando as ações determinadas após reunião ministerial na manhã de hoje.

Lula disse, ainda, que a Agência Nacional de Mineração (ANM), órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia, não irá “conceder autorização para alguém fazer pesquisa em qualquer área indígena”.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.