Família de último refém israelense enfrenta longa espera pela devolução do corpo

O último refém a ser entregue é Ran Gvili, que é esperado pelos pais, Talik e Itzik Gvili

Nesta vista aérea, pessoas caminham em meio à destruição na Cidade de Gaza, no norte da Faixa de Gaza, em 11 de outubro de 2025, um dia após a entrada em vigor de um cessar-fogo.

Falta apenas um corpo de refém para que o Hamas cumpra o acordo com Israel de devolver os 28 corpos retidos em Gaza. O último refém a ser entregue é Ran Gvili, que é esperado pelos pais, Talik e Itzik Gvili.

Talik Gvili afirma que há consenso em Israel de que o corpo deve ser devolvido antes do início da segunda fase do acordo de trégua na Faixa de Gaza.

“Todas as pessoas com quem falamos nos prometeram que não haverá avanço para a segunda fase até o retorno de Rani”, disse à AFP a mãe de Ran Gvili em sua casa em Meitar, uma pequena localidade no sul de Israel, a leste da Faixa de Gaza.

“Realmente esperamos que isso aconteça”, declarou a mulher de 55 anos.

Seu filho era oficial na unidade de elite da polícia israelense, a Yasam, e tinha 24 anos no dia em que o Hamas lançou o ataque ao território israelense que deflagrou a guerra em Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou no domingo que espera que a segunda fase do plano que permitiu o cessar-fogo no território palestino comece em breve.

Segundo o acordo, a fase seguinte deveria começar assim que o Hamas libertasse os reféns ainda vivos e devolvesse os corpos dos mortos.

Na próxima etapa, as partes devem abordar o desarmamento do movimento islamista Hamas, que governa Gaza desde 2007, e uma retirada mais ampla das forças israelenses do território palestino, graças à implementação de uma autoridade de transição com um contingente estrangeiro de estabilização.

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‘O primeiro a ajudar’

Em outubro de 2023, Ran Gvili estava de licença médica, prestes a fazer uma cirurgia no ombro. Quando soube do ataque, decidiu sair de casa com sua arma pessoal. Ele foi ferido por tiros em combates no kibutz de Alumim e depois levado para Gaza.

Autoridades israelenses informaram aos pais de Gvili, em janeiro de 2024, que seu filho não havia sobrevivido. Meses após, o casal ainda tem dificuldades para acreditar que ele está morto.

“Eles afirmam que ele não recebeu nenhum [tratamento], mas ainda temos uma pequena, um minúsculo fio de esperança”, relatou seu pai, Itzik Gvili, de 61 anos.

Na região próxima ao deserto de Neguev, há cartazes com o rosto de Gvili por toda a parte. Muitos trazem a mensagem “herói de Israel”.

“Ele correu para ajudar, para salvar pessoas”, afirmou o pai, vestindo uma camiseta estampada com a foto do filho.

“Ainda que já estivesse ferido antes de 7 de outubro, esse era o Rani, sempre à frente, o primeiro a ajudar e o primeiro a intervir”, declarou. “Ele lutou até a última bala e depois foi feito refém”, disse Talik Gvili.

Reféns entregues

O Hamas devolveu os corpos de 27 dos 28 reféns. Os restos mortais são repassados à Cruz Vermelha, que os entrega a Israel. Veja quem são eles:

O Hamas havia dito que não conseguiria entregar todos os corpos, uma vez que eram difíceis de encontrar. O grupo chegou a pedir mais tempo para encontrar os restos mortais das vítimas. Porém, dias depois, disse que devolveria todos os corpos a Israel.

Acordo e liberação de reféns

O Hamas tinha 48 reféns israelenses, sendo 20 vivos e 28 mortos. No total, o grupo entregou 27 corpos de 28 reféns mortos. Todos os 20 reféns vivos que estavam em Gaza foram libertos do cativeiro do Hamas no dia 13 de outubro, após um acordo de paz proposto por Trump, e devolvidos a Israel após dois anos de guerra. Em troca, Israel libertou milhares prisioneiros palestinos.

Os reféns haviam sido sequestrados pelo Hamas durante os ataques de 7 de outubro de 2023.

*Com AFP

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