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Comissão da ALMG faz nova tentativa para aprovar Regime de Recuperação Fiscal

Projeto foi retirado da pauta da Comissão de Administração Pública nesta terça (7) após mobilização de servidores

Reunião da Comissão de Administração Pública da ALMG foi marcada por pressão de servidores, que lotaram auditório da Casa

Reunião da Comissão de Administração Pública da ALMG foi marcada por pressão de servidores, que lotaram auditório da Casa

Willian Dias/ALMG

A Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) analisa na manhã desta quarta-feira (8) o projeto de lei que permite ao Governo do Estado aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), do governo federal.

Essa é mais uma tentativa de passar o projeto na comissão já que, em reunião realizada na tarde desta terça-feira (7), a proposta de autoria do governador Romeu Zema (Novo) foi retirada da pauta. A tramitação nesta comissão é necessária para que o projeto seja analisado por todos os deputados em plenário.

A votação na Comissão de Administração Pública ocorre em meio a uma mobilização de servidores públicos estaduais, críticos ao projeto do RRF. Nesta terça-feira (7), uma “greve geral” foi convocada por diversas categorias, dentre elas a educação, saúde, meio ambiente e segurança pública, além de funcionários de empresas estatais. Servidores se reuniram desde o início da manhã na Praça da Assembleia para pressionar pela rejeição ao projeto.

Regime de Recuperação Fiscal

De autoria do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ainda em 2019, o projeto de lei pede à Assembleia que autorize o governo estadual a aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, que impõe uma série de medidas restritivas ao Executivo estadual durante um período de nove anos em troca de condições mais favoráveis para o pagamento da dívida externa de Minas Gerais com a União. O valor total da dívida supera os R$ 160 bilhões.

O projeto de lei foi arquivado ao final da legislatura passada, em janeiro deste ano, e desarquivado a pedido de Zema em junho deste ano.

Conforme o Governo de Minas, os deputados têm até o dia 20 de dezembro para darem aval ao projeto para que a adesão ao RRF possa avançar em acordo com o governo federal.

A tramitação do projeto se deu após envio, por parte do governador, do Plano de Recuperação Fiscal. Ou seja, as propostas do Executivo mineiro para que o governo federal possa garantir a adesão do estado ao regime especial.

A proposta do Governo de Minas inclui a venda da folha de pagamentos dos servidores a um banco e dois reajustes salariais de 3% ao longo da vigência do RRF, ou seja, em nove anos.

Outro ponto do RRF é a venda da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). A estatal é responsável por explorar jazidas de nióbio em Araxá, no Alto Paranaíba.

O que diz o Governo de Minas

Em nota, o Governo de Minas diz que mantém diálogo com todas as categorias, e que todos os direitos de servidores estão garantidos no Regime de Recuperação Fiscal, incluindo benefícios, progressões de carreira e reajustes de salários, e que duas revisões nos vencimentos estão previstas no plano. Ressalta, ainda, que prevê apenas a desestatização da Codemig, ou seja, descartando que a privatização de Cemig, Copasa e Gasmig estejam no Plano de Recuperação Fiscal.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
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