O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), não poupou críticas à política monetária do Banco Central (BC) após a divulgação da prévia do Produto Interno Bruto (PIB) nesta segunda-feira (17). O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) registrou um recuo além do esperado de 2% em maio na comparação com abril, correspondendo à maior queda em um período de 29 meses.
Haddad culpou a taxa de juros fixada em 13,75% pela instituição bancária e tornou a pressioná-la pela redução da Selic como única forma de garantir a aceleração econômica do país. “A pretendida desaceleração da economia pelo Banco Central chegou forte. Precisamos ter muita cautela com o que pode acontecer se as taxas forem mantidas na casa de 10% ao ano”, alertou. “Está muito pesado para a economia. Muito pesado”, classificou o ministro.
Hoje, o Brasil detém o juro real mais alto do mundo. Trata-se de um reflexo da manutenção da Selic em 13,75% pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especialmente através dos ministros Fernando Haddad (PT), Simone Tebet (MDB) e Geraldo Alckmin (PSB), coordena uma forte pressão ao Banco Central pela redução da taxa de juros. A expectativa é que o recuo aconteça no próximo encontro do comitê no início de agosto.
Haddad detalhou ainda nesta segunda-feira que prefeitos e governadores o procuram com preocupações sobre a arrecadação e afirmou que o recuo no PIB não surpreendeu a Fazenda. “Como esperado, né? Estamos há muito tempo com o juro real muito elevado. Estamos preocupados e recebendo muitos retornos de prefeitos e governadores”, disse.