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Moraes vota para tornar réus 100 pessoas denunciadas pelos atos antidemocráticos

Ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi o primeiro a proferir seu voto no plenário virtual do tribunal

Ministro Alexandre de Moraes, do STF, votou para que os 100 primeiros denunciados em atos antidemocráticos se tornem réus

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, votou para tornar réus os 100 primeiros denunciados pelos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro.

O Supremo começou o julgamento dos envolvidos nas invasões das sedes dos Três Poderes, em Brasília, na madrugada desta terça-feira (18).

“Não existirá um Estado Democrático De Direito sem que haja Poderes de Estado, independentes e harmônicos entre si, bem como previsão de Direitos Fundamentais e instrumentos que possibilitem a fiscalização e a perpetuidade desses requisitos; consequentemente, a conduta por parte da denunciada revela-se gravíssima e, ao menos nesta análise preliminar, corresponde aos preceitos primários estabelecidos no indigitados artigos do nosso Código Penal”, disse Moraes em seu voto.

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Neste julgamento, os ministros vão analisar denúncias contra 50 pessoas que foram presas no dia 9 de janeiro no acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército.

Outros 50 denunciados foram presos em flagrante dentro dos prédios dos Três Poderes, ainda durante o dia 8 de janeiro.

O julgamento acontece no plenário virtual do STF e o prazo para que todos os ministros se manifestem vai até 23h59 da próxima segunda-feira (24).

No plenário virtual não há debate entre os ministros e os votos são proferidos em um sistema eletrônico durante o período da sessão.

Defesas criticam denúncias

Os advogados e defensores públicos que atuam na defesa dos denunciados pelos atos do dia 8 de janeiro pedem a rejeição das denúncias. Em documentos enviados ao STF, eles citam que as acusações são genéricas e não indicam ações concretas que configurem crimes.

As defesas dos denunciados questiona também se o Supremo tem competência para processar e julgar os envolvidos, uma vez que eles não têm a prerrogativa de foro privilegiado.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.