Fraude do Banco Master gerará maior resgate da história do FGC: R$ 41 bilhões

Nas contas do Fundo, as instituições liquidadas possuem base estimada de 1,6 milhão de credores

Empresa quintuplicou seu valor nos últimos cinco anos com comportamento considerado agressivo no mercado

O Banco Central (BC) decretou nesta terça-feira (18) a liquidação extrajudicial do Banco Master citando “graves violações às normas” e uma “grave crise de liquidez” que comprometia a saúde financeira do conglomerado.

O impacto da liquidação é bilionário e recai sobre o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O Fundo confirmou que irá garantir os depósitos e investimentos dos clientes do Banco Master, na ordem de R$ 41 bilhões.

A decisão de liquidação veio acompanhada da prisão do empresário e dono do banco, Daniel Vorcaro, no Aeroporto de Guarulhos.

Operação de R$ 41 bilhões

O Fundo estima que as instituições liquidadas possuam uma base de 1,6 milhão de credores. A operação está projetada para se tornar o maior resgate do FGC em sua história, superando o pagamento de garantias realizado no caso do Banco Bamerindus, no final dos anos 90.

O FGC garante o pagamento de depósitos e créditos mantidos na instituição em liquidação até o limite de R$ 250 mil por CPF. O processo de pagamento de garantia deve ser iniciado após o envio, pelo liquidante do BC, da lista de credores ao Fundo, o que leva, em média, 30 dias úteis.

A associação privada, sem fins lucrativos, que integra o SFN tem como objetivo previnir crises bancárias sistêmicas e proteger os depositantes há 30 anos. O Fundo tem um patrimônio que em setembro alcançou R$ 153,5 bilhões.

Maiores resgates do FGC:

  1. Banco Master: R$ 41 bilhões
  2. Bamerindus: R$ 19,7 bilhões
  3. Cruzeiro do Sul: R$ 4,04 bilhões
  4. BRK: R$ 1,96 bilhão

Segundo o BC, o Master detém 0,57% do ativo total do sistema, e 0,55% das captações totais. O Master entrou na mira da Polícia Federal por sua dificuldade em honrar compromissos e por falta de liquidez financeira. A empresa também estava no radar do mercado financeiro por falta de divulgação de balanços e por uma postura considerada agressiva na captação de recursos.

“O Banco Central continuará tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades nos termos de suas competências legais. O resultado das apurações poderá levar à aplicação de medidas sancionadoras de caráter administrativo e a comunicação às autoridades competentes, observadas as disposições legais aplicáveis. Nos termos da lei, ficam indisponíveis, a partir de hoje, os bens dos controladores e dos ex-administradores das instituições objeto dos regimes especiais decretados”, disse o BC em nota.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde

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