Em cinco anos, Pix é mais usado que dinheiro e chega em 90% da população

Ferramenta de pagamento instantâneo revolucionou a inclusão financeira no país e beneficiou os pequenos empresários

Pix completa cinco anos de operação como o principal método de pagamento brasileiro

O Pix completa cinco anos de operação neste domingo (16). Na metade de uma década, a ferramenta se tornou o principal método de pagamento utilizado pelos brasileiros com uma evolução em tempo recorde e o alcance de 90% da população adulta, segundo levantamento do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getúlio Vargas.

A pesquisa mostra uma ascensão meteórica no Pix dentro da sociedade brasileira. Em novembro de 2020, logo quando foi lançado, a ferramenta chegou em apenas 6,2% da população; três anos depois, o alcance já superava 77%. Hoje, a ferramenta é fundamental para a inclusão financeira.

Segundo João Paulo Borges, coordenador-geral de Regulação do Sistema Financeiro na Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, o Pix revolucionou e permitiu a inclusão financeira de forma rápida e eficaz.

“Se a gente pensa que a primeira etapa para a inclusão financeira é a abertura de uma conta, em muitos casos você observa que uma população que não tinha acesso às contas bancárias de pagamento, passou a ter acesso justamente por causa do Pix”, disse João Paulo, que também é auditor de carreira do Banco Central, em entrevista à Itatiaia.

Em dezembro de 2024, o Pix chegou a ultrapassar o dinheiro em espécie como forma de pagamento mais utilizada. A pesquisa “o brasileiro e sua relação com o dinheiro” mostra que o dinheiro físico era usado por 83,6% da população em 2021, enquanto o Pix chegava em 46,1%.

Três anos depois o dinheiro caiu para 68,9% enquanto o Pix estava sendo utilizado por 76,4% da população. De acordo com o técnico do Ministério da Fazenda, além de ser uma ferramenta de transferência instantânea, sem custo para pessoa física, o Pix é especialmente importante para os pequenos empresários

“O Pix tem um impacto instantâneo no fluxo de caixa, e muitas vezes com um custo de intermediação praticamente zero, comparativamente a alternativas como cartão de débito e crédito, em que o lojista tem que pagar pela tarifa da maquininha do cartão e que não recebe de forma imediata”, destacou.

Quanto o brasileiro movimenta com o PIX?

Segundo o estudo da FGV, conduzido pelos economistas Fabricio Trevisan, Lauro Gonzalez, Eduardo Diniz e Adrian Cernev, o valor médio das transações realizadas por meio do Pix estabilizou em R$ 190 após 2023.

Nos primeiros meses após o lançamento, o Pix era usado majoritariamente para transferências de valores mais altos, refletindo a adesão por um público inicial bancarizado de maior renda. O valor médio ultrapassava R$ 500 em 2020, e caiu rapidamente na medida em que o sistema se popularizou e passou a ser usado em situações cotidianas, como pequenos pagamentos e compras. Em outubro de 2025, o valor médio das transações é de R$ 188,26.

Em 2020, o brasileiro fazia em média três operações via Pix por mês, enquanto em outubro de 2025 esse número chega a 40 operações - o equivalente a mais de uma operação por dia. A pesquisa ainda revela que a adesão é maior na população mais jovem, atingindo 83% da população de faixa etária baixa, enquanto os níveis maiores era 69%.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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