O Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, deve promover um
A reunião dos diretores da autoridade monetária ocorre em meio a maior paralisação do governo desde a virada de 2018 para 2019, que durou 35 dias. O governo republicano está em ‘shutdown’ desde o primeiro dia de outubro, com o orçamento congelado para uma série de serviços, incluindo as pesquisas econômicas.
Sem dados concretos da macroeconomia, os diretores devem seguir a
Na teoria, a inflação alta deveria ser motivo para que os juros fossem mantidos em patamares maiores, restringindo o acesso ao crédito e limitando o consumo. Porém, o Fed continua ponderando a desaceleração do mercado de trabalho, precisando balancear o risco inflacionário com a necessidade de evitar uma alta no desemprego.
Segundo relatório do economista sênior do banco Inter, André Valério, as últimas declarações dos diretores do Fed mostram que a flexibilização da política monetária para apoiar o mercado de trabalho é uma decisão razoável.
“Portanto, o Fed continua antecipando que os impactos das tarifas sobre o mercado de trabalho serão intensos o suficiente para compensar o risco inflacionário. E a incerteza pela paralisação do governo contribui para essa visão”, disse.
O especialista ressalta que o mercado de trabalho já indicava alguma desaceleração antes da paralisação. Porém, o cenário não parece ser consistente com uma economia necessitada de apoio da política monetária. “O Fed planeja cortar mais uma vez em 2026, mas, a não ser que o mercado de trabalho continue enfraquecendo, talvez não haja espaço para esse corte”, disse.
Com a taxa básica de juros no Brasil, a Selic, em 15% ao ano, a decisão do Fed vai aumentar o intervalo entre a política monetária dos dois países. Essa diferença é um dos principais determinantes da taxa de câmbio, e quanto maior, menor é a pressão de depreciação, o que valoriza os ativos domésticos.
Por que os juros americanos importam no Brasil?
Com a taxa básica de juros no Brasil, a Selic, em 15% ao ano, a decisão do Fed vai aumentar o intervalo entre a política monetária dos dois países. Essa diferença é um dos principais determinantes da taxa de câmbio, e quanto maior, menor é a pressão de depreciação, o que valoriza os ativos domésticos.
Na prática, o mercado americano funciona como uma base para o restante do mundo, despejando e retirando dinheiro do mercado global. Quando os juros estão altos, os ativos em dólar se tornam mais atrativos e há uma migração de capital em direção aos Estados Unidos.
Quando a taxa de juros cai, a diferença com a taxa de países emergentes