Ouvindo...

Bolsa fecha em recorde, e dólar cai na espera por um corte de juros nos EUA

Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, deve fazer um novo corte na taxa de juros nesta quarta-feira (28)

Bolsa fechou aos 147 mil pontos pela primeira vez na história

O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores brasileira (B3), avançou 0,31% e fechou a terça-feira (28) aos 147.428,90 pontos pela primeira vez na história. Na mesma toada, o dólar recuou 0,23%, a R$ 5,36, com os investidores em compasso de espera para um novo corte de juros nos Estados Unidos.

Nessa quarta-feira (29), o Federal Reserve (Fed) volta a se reunir para decidir sobre uma nova taxa de juros. Na última reunião, em setembro, os diretores da autoridade monetária americana se reuniram para cortar em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros pela primeira vez no ano, levando o intervalo de 4% a 4,25% ao ano.

A expectativa do mercado financeiro é para um novo corte de 0,25%, mesmo com o apagão de dados econômicos causado pela paralisação do governo dos Estados Unidos, devido a não aprovação do orçamento para 2026. Declarações dos diretores indicam a manutenção do ciclo de cortes, com um arrefecimento do mercado de trabalho de acordo com dados privados.

Segundo o economista sênior do Inter, André Valério, a duração atípica do “shutdown” eleva o risco de danos econômicos e reforça a inclinação para um afrouxamento monetário. “O Fed continua antecipando que os impactos das tarifas sobre o mercado de trabalho serão intensos o suficiente para compensar o risco inflacionário. E a incerteza pela paralisação do governo contribui para essa visão”, declarou.

O especialista ressalta que o mercado de trabalho já indicava alguma desaceleração antes da paralisação. Porém, o cenário não parece ser consistente com uma economia necessitada de apoio da política monetária. “O Fed planeja cortar mais uma vez em 2026, mas, a não ser que o mercado de trabalho continue enfraquecendo, talvez não haja espaço para esse corte”, disse.

Com a taxa básica de juros no Brasil, a Selic, em 15% ao ano, a decisão do Fed vai aumentar o intervalo entre a política monetária dos dois países. Essa diferença é um dos principais determinantes da taxa de câmbio, e quanto maior, menor é a pressão de depreciação, o que valoriza os ativos domésticos.

Leia também

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.