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Bolsa renova recorde com resultado do corte de juros nos EUA

Ibovespa chegou a bater 146 mil pontos e fechou o dia em 145,5 mil e o mercado aquecido com o corte nos Estados Unidos

Mercado financeiro já esperava corte nos Estados Unidos

O Ibovespa segue em valorização nesta quarta-feira (17) com o primeiro corte da taxa básica de juros nos Estados Unidos no ano. O principal índice da bolsa brasileira teve um crescimento de 1,06% e fechou o dia em 145,593.63 pontos. O dólar, por sua vez, teve uma leve alta de 0,18% e bateu R$ 5,30.

Na hora do anúncio do Federal Reserve, o banco central americano, a bolsa chegou a ultrapassar 146 mil pontos, às 15h. O câmbio também teve uma desvalorização e saiu de R$ 5,30 para R$ 5,27, mas voltou a subir até o fechamento do mercado.

O Fed promoveu um corte de 0,25 ponto percentual, levando a taxa para um intervalo entre 4% e 4,25%, em uma decisão que já era esperada pelo mercado financeiro, principalmente após falas do presidente Jerome Powell. Em agosto, o chefe da autoridade monetária demonstrou preocupação com uma situação que considerou “incomum”: inflação controlada e queda nas taxas de emprego.

“Esta situação sugere que os riscos de queda no emprego estão aumentando. E se esses riscos se materializarem, podem fazê-lo rapidamente na forma de demissões acentuadamente maiores e aumento do desemprego”, disse Powell no Simpósio de Jackson Hole.

A declaração, somada aos dados do Payroll, que mede a variação do número de empregos não agrícolas, fez com que os investidores apostassem no corte. No comunicado oficial, os diretores informaram que preveem mais dois cortes de 0,25 ponto percentual até o final do ano.

Agora, os investidores esperam pelo resultado do Comitê de Política Monetária do Banco Central brasileiro (Copom), que deve manter a taxa Selic em 15% ao ano. O resultado vai aumentar o diferencial já elevado entre a taxa de juros americana e a praticada no Brasil, valorizando os ativos brasileiros.

O economista sênior do Banco Inter, André Valério, explica que essa diferença é um dos principais determinantes da taxa de câmbio, e quanto maior, menor é a pressão de depreciação cambial. “Isso é importante pois um câmbio depreciado tende a gerar repasse inflacionário, aumentando os preços dos bens em reais”, disse.

Segundo ele, esse fato é relevante considerando a possibilidade de corte na Selic no futuro, valorizando a moeda brasileira. “Com isso, o banco central brasileiro tem maior espaço para reduzir a taxa de juros sem gerar pressões adicionais no câmbio, o que poderia acontecer se cortássemos a taxa de juros aqui sem a contrapartida do corte lá fora”, destacou.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.