Democratas enviam carta a Trump pedindo o fim do ‘tarifaço’ ao Brasil

Cerca de 50 congressistas de oposição ao governo de Donald Trump nos Estados Unidos pedem uma melhora na relação com o Brasil

Encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Donald Trump, em outubro

Um grupo de 50 congressistas do partido Democrata nos Estados Unidos enviou uma carta ao presidente Donald Trump, nessa sexta-feira (19), pedindo o fim da sobretaxa ao r estante dos produtos importados do Brasil. Os parlamentares ainda pedem ações que construam uma nova agenda comercial com o país.

Os democratas afirmam que Trump usa de maneira ilegal a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) para aplicar as sanções contra a economia brasileira. Eles ainda destacam que o Brasil é um “parceiro importante” para os Estados Unidos na América Latina e pedem uma melhor cooperação.

“Em vez de adotar uma política comercial punitiva equivocada e autodestrutiva com o Brasil, pedimos que vocês trabalhem com o país para promover uma agenda comercial que avance o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental e os direitos dos trabalhadores”, diz trecho da carta.

No dia 20 de novembro, Trump assinou uma ordem executiva retirando a sobretaxa de 40% sobre uma série de produtos brasileiros do agronegócio. Segundo o Republicano, a decisão foi tomada após considerar informações e recomendações fornecidas durante as negociações com o governo brasileiro.

Trump ainda citou as conversas particulares que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como um dos fatores que contribuíram para ter novas informações sobre o comércio com o Brasil. As tarifas foram zeradas inclusive para café e carne bovina, dois dos principais itens da balança comercial brasileira com os americanos.

Porém, uma série de produtos da indústria continuam com efeitos das tarifas. Segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), o tarifaço ainda atinge 22% das exportações brasileiras para os americanos. Ele afirma que o foco do governo agora é reverter essas alíquotas.

“Vamos nos empenhar e reduzir essa alíquota, porque não tem sentido uma alíquota de 40% ou 50% quando dos dez produtos que os Estados Unidos mais vendem para nós, em oito a alíquota é zero, e a tarifa média é 2,7%”, disse Alckmin.

Leia também

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

Ouvindo...