Brasil supera EUA e assume liderança mundial na produção de carne bovina em 2025

Após ano recorde, oferta de proteína tende a cair em 2026

Oferta recorde brasileira foi de 12,35 milhões de toneladas

O Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto de maior produtor mundial de carne bovina em 2025. Os dados são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que apontam uma oferta recorde brasileira de 12,35 milhões de toneladas, superando as 11,81 milhões registradas pelos pecuaristas americanos.

A ascensão brasileira ao topo do ranking reflete um momento de destaque no setor, consolidando o país não apenas como o maior exportador, mas agora também como o principal em volume total de produção.

Projeções para 2026: ciclo pecuário e empate global

Apesar do recorde atual, o cenário para o próximo ano sugere um ajuste estratégico. O USDA prevê que, em 2026, Brasil e Estados Unidos devem convergir para um empate técnico, com ambos produzindo cerca de 11,7 milhões de toneladas.

A retração no volume brasileiro é explicada pela mudança no ciclo pecuário. Após um período de oferta elevada, os produtores brasileiros começam a reter fêmeas para reprodução, visando a recomposição do rebanho, o que naturalmente diminui o ritmo de abates no curto prazo.

Dificuldades no mercado norte-americano

Do lado norte-americano, a queda de 1% estimada para 2026 é reflexo de desafios estruturais:

  • Escassez de animais: baixa disponibilidade de novilhos e novilhas para confinamento.
  • Barreiras comerciais: restrições à importação de gado vindo do México.
  • Dependência externa: com a queda na produção interna, especialmente de carne magra para processamento, os EUA devem elevar suas importações em 2%, chegando a 2,5 milhões de toneladas.

Cenário de exportações

O mercado global de exportação também deve sentir o freio em 2026, após os volumes históricos deste ano.

PaísExportação 2025 Projeção 2026Tendência
Brasil4,25 milhões t4,00 milhões tQueda
Austrália2,18 milhões t2,16 milhões tEstável
EUA1,14 milhões t1,10 milhões tQueda

As vendas externas americanas enfrentam dificuldades adicionais, como a forte concorrência australiana e a perda de acesso ao mercado chinês, o que deve gerar um recuo de 4% nos embarques dos EUA no próximo ano.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde

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