Churrasco mais caro: picanha dispara 21% e lidera alta da carne no fim de ano

Escalas de abate completas trazem cautela ao mercado de animais vivos

Peças mais procuradas para celebrações lideram as altas

O tradicional churrasco de festas de fim de ano vai pesar mais no bolso do brasileiro. Segundo levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços da carne bovina mantêm uma trajetória de alta neste encerramento de 2025, impulsionados pela forte demanda sazonal.

A valorização é sentida na carcaça casada (formada pelo traseiro, dianteiro e ponta de agulha), mas o movimento é desigual entre os cortes. O traseiro e a ponta de agulha, que concentram as peças mais procuradas para celebrações, lideram as altas. Em contrapartida, o dianteiro — que reúne cortes mais populares e baratos — apresenta uma valorização mais tímida, comportamento considerado normal para este período do ano.

A partir da carcaça casada, diversos cortes populares são obtidos:

  • Do dianteiro: Pescoço, acém, peito, paleta, capa de Filé, Músculo Dianteiro.
  • Do traseiro: Alcatra, Maminha, Picanha, Coxão Mole, Coxão Duro, Patinho, Lagarto, Músculo Traseiro, Fraldinha, Filé Mignon, Contrafilé.
  • Costela/ponta de agulha: Costela, Ponta de Agulha.

Picanha dispara nas gôndolas

Para quem não abre mão dos cortes tradicionais de churrasco, os dados do Cepea revelam saltos significativos nos preços. No período acumulado entre outubro e a primeira quinzena de dezembro (até o dia 12), as variações foram:

  • Picanha: + 21,5%
  • Fraldinha: + 12,8%
  • Maminha: + 11,2%

Exportação de carne bovina do Brasil dispara e supera 2024 com novembro recorde
Vendas de carne bovina desaceleram antes do Natal e mercado do boi gordo estabiliza
Oferta restrita de carne bovina mantém preços firmes no início de dezembro

Mercado de abate entra em ritmo de espera

Se no varejo o clima é de alta, no mercado de animais para abate o cenário é de arrefecimento. De acordo com os pesquisadores, a proximidade dos feriados de Natal e Ano Novo mudou a dinâmica das negociações entre frigoríficos e pecuaristas.

As indústrias estão mais afastadas das compras, uma vez que boa parte das escalas de abate para o final de dezembro e início de janeiro já está preenchida. Do outro lado da porteira, os pecuaristas também adotam uma postura de cautela: muitos já encerraram o ciclo de vendas do ano, enquanto outros preferem segurar o gado na expectativa de preços ainda mais elevados na virada de janeiro.

Leia também

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde

Ouvindo...