Eficiência energética: por que reduzir emissões deve ser meta para pequeno industrial

Com base no Plano Nacional de Energia 2030 e no PDE 2035, a adoção de tecnologias para motores a combustão menos poluentes ajuda o setor fabril a cortar custos operacionais.

Por que reduzir emissões é importante para o pequeno industrial

O empresário industrial brasileiro, habituado a equilibrar custos operacionais com a volatilidade do mercado, precisa adicionar um novo componente na sua equação de produtividade: a transição energética.

O que antes era visto como um tópico periférico de sustentabilidade, tornou-se um pilar de competitividade. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o setor de transportes e a agropecuária respondem, juntos, por 92% da demanda nacional de óleo diesel. Para a pequena e média indústria, que depende dessa engrenagem para movimentar insumos e produtos, a eficiência dos motores a combustão pode ser, literalmente, o combustível do lucro.

O horizonte da descarbonização

Embora o Brasil caminhe para uma matriz de combustíveis mais diversificada, os derivados de petróleo ainda representam cerca de 30% da nossa oferta interna de energia. O Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030), formulado pelo Ministério de Minas e Energia, já apontava que a liderança do diesel de petróleo seria mantida, mas com a introdução estratégica de biocombustíveis como o biodiesel e o H-Bio (diesel de óleos vegetais).

Para o pequeno industriário, isso significa que a frota de transporte continuará dependente do motor a combustão ainda por um longo período. No entanto, a exigência por motores mais eficientes e menos poluentes não é apenas uma pressão ambiental; é uma rota para reduzir o “custo Brasil”. A eficiência energética é descrita pela Agência Internacional de Energia como o “mais importante combustível” do futuro.

Além do Convencional

A busca por soluções de redução de emissões passa por um portfólio de alternativas que o empresário deve monitorar:

  • Hibridização e Eficiência: Projeções do PDE 2035 indicam que a eletrificação de veículos de carga deve se concentrar em caminhões leves e médios, enquanto os pesados seguirão dependentes do ciclo diesel, mas com ganhos tecnológicos contínuos de eficiência
  • Gás Natural e Biometano: O desenvolvimento de frotas movidas a gás natural surge como uma alternativa viável, com a produção nacional de gás em expansão acelerada para reduzir a dependência externa
  • Renovação de Frota: A substituição de equipamentos antigos por tecnologias que atendam a regulamentações mais rígidas de emissões (como o Proconve) resulta em economia direta no consumo de combustível
Leia também

O Papel da Eficiência no Planejamento

De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), investir em eficiência energética é a opção que “menos agride o meio ambiente, gera empregos e apresenta expectativa crescente de competitividade”. Para o setor industrial, a meta é que ações de conservação consigam “retirar” parcelas significativas da demanda de energia do mercado, evitando investimentos desnecessários em expansão de oferta e revertendo esse capital para a inovação.

A mensagem para o pequeno e médio industrial é clara: a descarbonização não é um evento futuro, mas um processo em curso. Ignorar a eficiência dos motores e a redução de emissões é aceitar uma obsolescência programada. Aqueles que adotarem o uso racional da energia e buscarem fontes menos poluentes estarão, na verdade, blindando seus negócios contra as oscilações de um mundo que já não pode mais aceitar o desperdício.

O Senai atua junto às montadoras e oficinas para formar técnicos alinhados com normas ambientais. Clique aqui para conhecer mais.

Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.

Ouvindo...