Simulação térmica orienta melhores tratamentos e aumenta a confiabilidade metalúrgica

Ferramentas digitais permitem prever dureza, microestrutura e riscos de defeitos antes dos testes físicos, reduzindo custos e aumentando a confiabilidade dos processos industriais

Simulações térmicas permitem prever microestruturas e propriedades mecânicas antes dos testes reais

A simulação térmica tem se consolidado como uma aliada das indústrias que dependem de tratamentos térmicos para alcançar propriedades mecânicas específicas.

Segundo Ítalo Montrazo, consultor comercial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), a principal vantagem está na capacidade de prever, com precisão, o comportamento do material antes da execução real do processo.

“A simulação térmica permite prever com precisão a dureza final do material, ajustando temperatura e tempo de forma virtual”, afirma à Itatiaia.

Para ele, essa etapa digital reduz retrabalhos, encurta o tempo de desenvolvimento e oferece maior confiabilidade ao processo, garantindo controle mais rigoroso da qualidade metalúrgica.

Influência direta sobre microestrutura e propriedades mecânicas

Uma das etapas decisivas no tratamento térmico é o resfriamento. Montrazo explica que o resfriamento simulado digitalmente ajuda a antecipar como o metal irá se organizar internamente após ser aquecido.

“Cada velocidade de resfriamento cria um tipo diferente de estrutura interna, que pode deixar o material mais duro, mais resistente ou mais frágil”, diz. Com isso, é possível escolher, previamente, a rota mais adequada para alcançar o desempenho desejado.

A partir dessa simulação, diversas propriedades mecânicas podem ser otimizadas antes dos ensaios práticos. Entre elas estão dureza, resistência mecânica, tenacidade, ductilidade e até tensões internas que podem gerar deformações posteriores. Para o consultor, testar esses cenários no ambiente virtual permite ajustar o processo com precisão e evitar desperdícios.

Outro ponto destacado por Montrazo é a capacidade da simulação de prever defeitos típicos de tratamentos térmicos, como trincas e distorções.

“No computador, conseguimos identificar onde o material pode sofrer aquecimento ou resfriamento excessivo, o que ajuda a corrigir o processo antes de qualquer peça real ser tratada”, explica. Isso reduz significativamente a ocorrência de falhas e melhora a segurança operacional.

A comparação entre diferentes ciclos térmicos também é uma das funcionalidades mais valiosas. Ao variar temperaturas, tempos de aquecimento e velocidades de resfriamento, a simulação mostra quais combinações favorecem maior resistência ou melhor tenacidade.

“A simulação indica o ciclo que oferece o melhor equilíbrio entre dureza, resistência e flexibilidade”, conclui.

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Erem Carla é jornalista com formação na Faculdade Dois de Julho, em Salvador. Ao longo da carreira, acumulou passagens por portais como Terra, Yahoo e Estadão. Tem experiência em coberturas de grandes eventos e passagens por diversas editorias, como entretenimento, saúde e política. Também trabalhou com assessoria de imprensa parlamentar e de órgãos de saúde e Justiça. *Na Itatiaia, colabora com a editoria de Indústria.

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