Dólar dispara para o maior patamar desde agosto, e bolsa cai com eleições no radar

Moeda americana valorizou 1,07% com temor do mercado com a vantagem do presidente Lula (PT) para uma reeleição

Moeda disparou para R$ 5,52 nesta quarta-feira (17)

O dólar disparou nesta quarta-feira (17) para o seu maior patamar desde agosto. A moeda americana teve uma valorização de 1,07% frente ao real, que registrou o segundo pior desempenho do mercado de câmbio, cotado a R$ 5,52. Em um dia com poucas notícias, o radar dos investidores esteve voltado para o cenário eleitoral de 2026.

O resultado repete uma tendência de alta da moeda observada na terça-feira (16), quando após a divulgação da pesquisa Quaest houve uma valorização de 0,9% aos R$ 5,46. Segundo o analista de inteligência de mercado da StoneX, Leonel Mattos, esse aumento reflete o temor do mercado com a vantagem inicial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ante os demais pré-candidatos.

“Investidores temem que uma eventual reeleição do governo atual resulte em maior expansão fiscal nos próximos quatro anos, elevando riscos fiscais e reduzindo a atratividade dos ativos brasileiros, o que contribui para a desvalorização da moeda”, explicou o especialista.

Outro fator que colabora para a desvalorização do real, de acordo com Mattos, é o aumento sazonal de saída da moeda americana no final de ano. Esse movimento causa volatilidade no câmbio. “O fim do ano é marcado por maior volume de remessas de lucros ao exterior, reduzindo a oferta de moeda americana no mercado doméstico e potencializando movimentos especulativos”, destacou.

Bolsa segue em desvalorização

O Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador do mercado de ações brasileiro, segue em queda na semana com um recuo de 0,79% nesta quarta-feira aos 157.327,26 pontos. Além do cenário eleitoral preocupando os investidores, o aumento das tensões entre Estados Unidos e Venezuela eleva a aversão ao risco no continente.

Nessa terça-feira (16), Trump ordenou o bloqueio total de todos os petroleiros sancionados da Venezuela, e designou o regime do presidente Nicolás Maduro como uma organização terrorista. Assim, cresce o temor de que os Estados Unidos possa fazer uma incursão por terra na América Latina.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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