Tesouro aprova empréstimo de R$ 12 bilhões aos Correios

Governo federal deu aval para garantir a operação de empréstimo que será usada na reestruturação da estatal

Apesar de ser em R$ 12 bilhões, Correios só podem usar R$ 5 bilhões do empréstimo ainda em 2025

O Tesouro Nacional aprovou, nesta quinta-feira (18), o empréstimo de R$ 12 bilhões aos Correios por um conglomerado de cinco bancos, com uma taxa de juros de 115% do custo de captação, no limite para que a União entre como garantidora da operação. O montante faz parte do plano de reestruturação da estatal, que passa por uma grave crise financeira.

O empréstimo deve ser contratado junto a Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander. Em nota, o Tesouro não confirmou as instituições, mas afirmou se tratar de três bancos privados e dois estatais. “A partir de agora, as minutas contratuais serão negociadas entre as partes envolvidas, sob a supervisão da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e do Tesouro Nacional”, disse o governo.

Apesar de aprovado, o valor é consideravelmente inferior aos R$ 20 bilhões inicialmente pretendidos pela estatal para tocar a reestruturação. Ocorre que esse valor estava sendo oferecido por juros de quase 138% do CDI, representando risco considerável para o governo federal entrar como a garantia soberana.

Sem o Governo Federal como fiador, a contratação do empréstimo é praticamente inviável, uma vez que as instituições financeiras precisam avaliar a capacidade de pagamento da estatal e a possibilidade de um calote dos Correios.

Agora, o Tesouro afirma que a alternativa aprovada está dentro dos limites de juros definidos e “representa uma diferença substancial nos encargos financeiros, implicando em redução de quase R$ 5 bilhões no custo com juros para os Correios em comparação à proposta originalmente considerada”.

Apesar da operação chegar em R$ 12 bilhões, os Correios só poderão executar R$ 5 bilhões em 2025, conforme indicado no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (RARDP). Assim, os recursos serão direcionados para despesas contempladas no rombo, em conformidade com os limites fiscais.

O plano de reestruturação dos Correios contempla três fases: recuperação financeira, consolidação e crescimento. Estão previstos a venda de imóveis, otimização da rede de atendimento, expansão do portfólio para o comércio eletrônico e parcerias estratégicas. Os Correios ainda sinalizaram a possibilidade de operações de fusões, aquisições e reorganizações societárias.

Leia também

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

Ouvindo...