Como a mecatrônica pode contribuir com a modernização da indústria de base brasileira

Publicação da Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação (REASE) aponta que automação industrial eleva precisão em processos e reduz falhas operacionais no país; dados do Observatório Nacional da Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostram potencial de economia de R$ 73 bilhões ao ano com a modernização tecnológica.

Automação, robótica e sistemas inteligentes já são decisivos para a competitividade das pequenas e médias indústrias brasileiras

Empreender no setor industrial brasileiro tem sido um exercício de resiliência. Obstáculos como as oscilações do mercado e o peso da infraestrutura fazem o pequeno e médio industrial muitas vezes enxergar a modernização tecnológica como um horizonte distante, quase utópico.

No entanto, o que já foi privilégio de gigantes automotivos começa a ficar mais próximo das fábricas de base: a mecatrônica (uma fusão inteligente entre mecânica, eletrônica e informática) não é mais um luxo e pode trazer o fôlego necessário para a sobrevivência dos negócios.

Eficiência que cabe no bolso

A imagem de robôs futuristas em linhas de produção pode intimidar, mas a realidade da Indústria 4.0 é muito mais pragmática e voltada a resultados imediatos. Segundo uma análise publicada pela Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação (REASE), a implementação de sistemas de controle como os Controladores Lógicos Programáveis (CLPs) pode gerar um ganho de até 25% na eficiência produtiva.

Para o pequeno empresário, esse número se traduz em menos desperdício e mais uniformidade. A pesquisa destaca que a automação permite uma economia de até 15% no consumo de energia e recursos, tornando o processo não apenas mais lucrativo, mas sustentável.

Economia

O cenário brasileiro, embora desafiador, é fértil para quem decide inovar. Dados do Monitor da Indústria 4.0, um relatório do Observatório Nacional da Indústria vinculado à Confederação Nacional da Indústria (CNI), estimam que a adoção desses conceitos na matriz produtiva nacional poderia gerar uma economia de R$ 73 bilhões ao ano.

Esse montante viria de três pilares fundamentais:

  • Ganhos de eficiência na linha de produção
  • Redução do consumo de energia elétrica
  • Corte em gastos com manutenção de maquinário
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Modernizar sem descartar

Um dos maiores mitos que travam o pequeno industrial é a ideia de que é preciso descartar as máquinas antigas para entrar na era digital. A EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), em parceria com empresas como a Bosch, tem demonstrado a eficácia do retrofit. Essa técnica consiste em atualizar máquinas já existentes com sensores e conectividade (Internet das Coisas), aumentando a utilização em mais de 10% e reduzindo custos de inspeção quase pela metade.

Segurança e o Fator Humano

Além do lucro, há um ganho imensurável na segurança e na saúde do trabalhador. A automação reduz a necessidade de intervenção humana em tarefas perigosas ou repetitivas, o que, segundo o estudo da REASE, ajudou o setor automotivo a reduzir em 30% os acidentes.

O caminho para a modernização exige, é claro, investimento em capacitação. Instituições como o SENAI e a CNI têm se posicionado como bússolas para esse processo, oferecendo serviços de tecnologia e inovação para que a pequena indústria não apenas assista à evolução, mas lidere sua própria transformação.

No fim do dia, a mecatrônica na indústria de base não trata apenas de máquinas mais rápidas, mas de construir uma empresa mais inteligente, segura e pronta para competir em um mundo que não espera pelos indecisos.

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Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.

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