Como a indústria mineira avança na adoção de tecnologias de baixo carbono

Especialista do CIT Senai aponta como empresas de Minas têm investido em energia renovável, eletrificação, digitalização e economia circular para reduzir emissões

Digitalização, energia renovável e reaproveitamento de resíduos impulsionam a descarbonização na indústria mineira

A transição para operações de baixo carbono já é uma realidade no setor mineral brasileiro, e Minas Gerais desponta entre os estados que mais avançam nessa agenda. Essa mudança está sendo impulsionada por modernização tecnológica, novas fontes de energia e parcerias com instituições de inovação.

Segundo Luiz Cláudio de Melo Costa, pesquisador em Descarbonização do Centro de Inovação e Tecnologia do Senai-MG (CIT Senai), o movimento não é pontual.

“As mineradoras no Brasil têm ampliado o uso de energia solar, substituído diesel por equipamentos elétricos ou híbridos e adotado combustíveis renováveis, como biodiesel e biogás”, afirma à Itatiaia.

Ele explica que as empresas também estão melhorando etapas como britagem, moagem e transporte. “Essas melhorias reduzem o consumo específico de energia, como apontam estudos recentes”, acrescenta.

Inovação e reaproveitamento de resíduos ganham força

Além da transição energética, tecnologias mais modernas têm sido incorporadas ao processo produtivo. “Algumas mineradoras têm investido no desenvolvimento de tecnologias inovadoras, como processos de aglomeração em baixa temperatura e no reaproveitamento de resíduos e rejeitos”, destaca Luiz Cláudio.

Em Minas Gerais, esses avanços são consistentes e contam com apoio técnico do CIT Senai, que atua em projetos de descarbonização junto à indústria mineira. Luiz Claudia conta que o resultado é visível no campo: minas já operam com energia solar dedicada, caminhões elétricos em rotas internas, processamento a seco e sistemas de monitoramento ambiental contínuo.

“É crescente o uso de fontes renováveis, metas claras de redução de emissões e projetos de economia circular”, afirma o pesquisador. Segundo ele, esses avanços têm colocado Minas como referência nacional em mineração sustentável.

Digitalização impulsiona eficiência e corte de emissões

O uso de sensores, sistemas digitais e inteligência artificial se tornou peça-chave da transição. “Esses recursos permitem prever falhas, otimizar rotas de caminhões, reduzir desperdícios e ajustar processos quase em tempo real”, explica Luiz Cláudio.

Ele destaca que a digitalização já é adotada para monitorar energia, emissões, vibração de máquinas, qualidade do ar e eficiência operacional. Além de aumentar produtividade e reduzir custos, a tecnologia contribui diretamente para o corte de CO₂.

Como medir resultados na prática

As empresas utilizam métodos reconhecidos no Brasil para verificar se suas iniciativas realmente fazem efeito. “As mineradoras utilizam inventários de emissões de gases de efeito estufa, indicadores de consumo energético, redução no uso de combustíveis fósseis e aumento do uso de energia renovável”, explica Luiz Cláudio.

Métricas ESG e monitoramento ambiental contínuo também fazem parte desse diagnóstico. No estado, o CIT Senai apoia as empresas por meio de inventários de GEE e avaliação da pegada de carbono de produtos e processos.

Custos e capacitação ainda são desafios

O avanço é claro, mas não uniforme. O pesquisador aponta que o maior obstáculo ainda é o investimento inicial. “O custo de infraestrutura energética e tecnologias de baixo carbono, como eletrificação pesada e sistemas digitais avançados, é o principal desafio”, afirma.

Outro ponto é a necessidade de novos conhecimentos. “A implantação de tecnologias inovadoras, a operação de sistemas digitais, a interpretação de dados e o acompanhamento de métricas ESG exigem novas competências, o que demanda adaptação da mão de obra e da gestão”, complementa.

Apesar disso, o cenário é otimista. A expansão das energias renováveis, novas linhas de financiamento e a pressão de mercados internacionais estão acelerando a transição. Em Minas Gerais, a articulação entre empresas, governo e instituições como o CIT Senai tem reduzido barreiras e ampliado o uso de tecnologias limpas, de acordo com o pesquisador.

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Erem Carla é jornalista com formação na Faculdade Dois de Julho, em Salvador. Ao longo da carreira, acumulou passagens por portais como Terra, Yahoo e Estadão. Tem experiência em coberturas de grandes eventos e passagens por diversas editorias, como entretenimento, saúde e política. Também trabalhou com assessoria de imprensa parlamentar e de órgãos de saúde e Justiça. *Na Itatiaia, colabora com a editoria de Indústria.

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