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Segundo informações divulgadas pelas agências de notícias AFP e Reuters, ouvindo fontes diplomáticas, von der Leyen confirmou que a conclusão do acordo deve ocorrer em janeiro. O adiamento ocorre em um momento em que agricultores fazem pressão para que a União Europeia não assine o tratado de livre comércio.
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O temor do setor é de que as commodities sul-americanas podem invadir a Europa a preços que atrapalham a concorrência. Ouvindo seus produtores, França e Itália pressionavam para que o acordo fosse adiado. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, chegou a dizer ao seu parlamento que a
“O governo italiano sempre foi claro ao dizer que o acordo deve ser benéfico para todos os setores e que, portanto, é necessário abordar, em particular, as preocupações de nossos agricultores. (...) Devemos esperar até que essas medidas sejam finalizadas e, ao mesmo tempo, explicá-las e discuti-las com nossos agricultores”, disse Meloni na quarta-feira (17).
O Parlamento Europeu chegou a atender uma série de exigências dos países de oposição ao acordo, criando novas medidas protecionistas para a agricultura. As novas regras permitem que os benefícios tarifários aos países da América do Sul possam ser suspensos caso a União Europeia entenda que eles prejudiquem o agronegócio europeu, permitindo uma investigação caso as importações de um produto agrícola aumentem em 5% em três anos.
Os deputados também aprovaram uma medida que permite a intervenção do bloco caso o preço das mercadorias do Mercosul sejam 5% inferior ao do mesmo produto na UE. Na proposta original da Comissão Europeia, os limites eram maiores de 10%. Agora, a versão final é negociada por uma comissão que reúne o Parlamento Europeu, o Conselho da União Europeia e a Comissão Europeia.
O que prevê o acordo Mercosul-UE?
O tratado entre o Mercosul e União Europeia busca criar a maior área de comércio do mundo, reunindo cerca de 718 milhões de consumidores e um Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente US$ 22 trilhões de dólares. Negociado há mais de 25 anos, o acordo ganhou força com a pressão do Brasil desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu seu terceiro mandato em 2023.
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O acordo prevê tarifas reduzidas ou zeradas para uma série de setores industriais e agrícolas, de acordo com as especificidades de cada mercado. Na parte do Mercosul, a oferta é de uma ampla liberalização tarifária de uma cesta de produtos. Cerca de 77% dos produtos agropecuários que a União Europeia compra de países do bloco da América do Sul podem ter as tarifas zeradas.
Apenas uma parcela reduzida dos bens negociados entre os dois blocos estão sujeitos a alíquotas ou tratamentos não tarifários. Para o setor automotivo, por exemplo, estão em negociação condições especiais para veículos elétricos, movidos a hidrogênio e novas tecnologias em um período de 18, 25 e 30 anos.