Presidente da Comissão Europeia faz apelo para que países assinem acordo UE-Mercosul

Países como França e Itália estão travando a assinatura do acordo, negociado desde 1999

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apelou para que os países-membros da União Europeia (UE) aprovem o acordo comercial com o Mercosul, em meio à resistência de países importantes como França e Itália.

"É de enorme importância que obtenhamos a luz verde para o Mercosul e que possamos completar as assinaturas para o Mercosul”, disse a belga antes de uma reunião da comissão em Bruxelas nesta quinta-feira (18).

O acordo com Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai criaria uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, mas precisa ser aprovado pelos países-membros da UE. O Parlamento Europeu já deu sinal verde para o tratado.

Líderes como o presidente da França, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, são opositores ao acordo, tendo em vista os agricultores europeus.

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Protesto em Bruxelas

Um protesto contra a assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia terminou com confronto com a polícia em Bruxelas, na Bélgica, nesta quinta-feira (18).

Segundo a CNN, manifestantes atiraram bombas de fumaça e batatas contra a polícia, que revidou com jatos de água de alta pressão.

Os manifestantes dirigiram tratores até Bruxelas, buzinando e dando cobertura aos manifestantes que lançavam projéteis contra a polícia.

O que é o acordo Mercosul-UE?

Negociado desde 1999, o tratado entre União Europeia e Mercosul busca criar a maior área de comércio do mundo, reunindo cerca de 718 milhões de consumidores e um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 22 trilhões de dólares.

O acordo prevê tarifas reduzidas ou zeradas para uma série de setores industriais e agrícolas, de acordo com as especificidades de cada mercado. Na parte do Mercosul, a oferta é de uma ampla liberalização tarifária de uma cesta de produtos. Cerca de 77% dos produtos agropecuários que a União Europeia compra de países do bloco da América do Sul podem ter as tarifas zeradas.

Apenas uma parcela reduzida dos bens negociados entre os dois blocos estão sujeitos a alíquotas ou tratamentos não tarifários. Para o setor automotivo, por exemplo, estão em negociação condições especiais para veículos elétricos, movidos a hidrogênio e novas tecnologias em um período de 18, 25 e 30 anos.

*Com Estadão Conteúdo

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.

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