O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta quinta-feira (18) que o país não apoiará o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul sem outras medidas para proteger seus agricultores.
“Quero dizer aos nossos agricultores, que manifestam claramente a posição francesa desde o início: consideramos que as contas não fecham e que este acordo não pode ser assinado”, disse o presidente à imprensa antes de uma reunião da UE.
A França será opositora a qualquer “tentativa de forçar” a adoção do pacto comercial com o bloco sul-americano, completou Macron.
Oposição italiana
Assim como a França, a
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“O governo italiano sempre foi claro ao dizer que o acordo deve ser benéfico para todos os setores e que, portanto, é necessário abordar, em particular, as preocupações de nossos agricultores. (...) Devemos esperar até que essas medidas sejam finalizadas e, ao mesmo tempo, explicá-las e discuti-las com nossos agricultores”, disse Meloni ao Parlamento Italiano.
Lula se manifesta
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“Faz 26 anos que a gente espera esse acordo. O acordo é mais favorável para eles do que para nós. Eu vou para Foz do Iguaçu na expectativa de que eles digam ‘sim’ e não digam ‘não’. Mas também, se disserem ‘não’, nós vamos ser duros, daqui para frente, com eles, porque nós cedemos a tudo o que era possível a diplomacia ceder”, disse o brasileiro.
O que é o acordo Mercosul-UE?
Negociado desde 1999, o tratado entre União Europeia e Mercosul busca criar a maior área de comércio do mundo, reunindo cerca de 718 milhões de consumidores e um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 22 trilhões de dólares.
O acordo prevê tarifas reduzidas ou zeradas para uma série de setores industriais e agrícolas, de acordo com as especificidades de cada mercado. Na parte do Mercosul, a oferta é de uma ampla liberalização tarifária de uma cesta de produtos. Cerca de 77% dos produtos agropecuários que a União Europeia compra de países do bloco da América do Sul podem ter as tarifas zeradas.
Apenas uma parcela reduzida dos bens negociados entre os dois blocos estão sujeitos a alíquotas ou tratamentos não tarifários. Para o setor automotivo, por exemplo, estão em negociação condições especiais para veículos elétricos, movidos a hidrogênio e novas tecnologias em um período de 18, 25 e 30 anos.
*Com AFP