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Segundo a agência Reuters, nesta segunda-feira o presidente Emmanuel Macron conseguiu o apoio da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, contra o tratado de livre comércio negociado desde 1999. Com o apoio dos italianos, e os votos certos da Polônia e Hungria, a França pode formar uma minoria de bloqueio do acordo no Conselho da União Europeia.
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A Áustria está impedida por lei de votar pelo acordo, enquanto a Irlanda demonstrou simpatia com as preocupações dos franceses. Uma fonte ouvida pela Reuters disse que o governo de Macron já teria uma minoria de bloqueio caso a Dinamarca, que preside a União Europeia, decida levar o acordo para votação.
Uma minoria de bloqueio requer o apoio de pelo menos quatro países membros da UE que representam 35% da população do bloco. Países grandes e de peso, como Alemanha e Espanha, além dos nórdicos, são grandes apoiadores do acordo de livre comércio com o Mercosul.
A expectativa era de que o acordo fosse votado ao longo dessa semana. A presidente da União Europeia, Ursula Von der Leyen, tem viagem marcada para o dia 20 ao Brasil, com o objetivo de oficializar a assinatura do acordo com o bloco de países latinos americanos.
O tratado é visto pelos países que o apoiam como fundamental para diminuir a dependência da China, e driblar as
O que prevê o acordo Mercosul-UE?
O tratado entre o Mercosul e União Europeia busca criar a maior área de comércio do mundo, reunindo cerca de 718 milhões de consumidores e um Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente US$ 22 trilhões de dólares. Negociado há mais de 25 anos, o acordo ganhou força com a pressão do Brasil desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu seu terceiro mandato em 2023.
O acordo prevê tarifas reduzidas ou zeradas para uma série de setores industriais e agrícolas, de acordo com as especificidades de cada mercado. Na parte do Mercosul, a oferta é de uma ampla liberalização tarifária de uma cesta de produtos. Cerca de 77% dos produtos agropecuários que a União Europeia compra de países do bloco da América do Sul podem ter as tarifas zeradas.
Apenas uma parcela reduzida dos bens negociados entre os dois blocos estão sujeitos a alíquotas ou tratamentos não tarifários. Para o setor automotivo, por exemplo, estão em negociação condições especiais para veículos elétricos, movidos a hidrogênio e novas tecnologias em um período de 18, 25 e 30 anos.