Mercado reduz previsão da inflação em 2025 pela quinta semana consecutiva

Boletim Focus mostra otimismo dos economistas do mercado financeiro para o fechamento da inflação em 2025

Economistas ouvidos pelo BC também reduziram a expectativa para a Selic em 2026

Os economistas do mercado financeiro reduziram a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil, de 4,40% para 4,36% em 2025. Segundo o relatório de mercado do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (15), essa foi a quinta semana com expectativa de queda no índice de preços.

Segundo o cálculo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado na semana passada, a inflação acelerou 0,18% em novembro, pouco abaixo da expectativa do mercado. Esse foi o menor resultado para o mês desde 2018, quando a variação dos preços foi de -0,21%.

No ano, a inflação acumula uma alta de 3,92% e, nos últimos 12 meses, o índice foi de 4,46%, entrando pela primeira vez dentro da meta de 3% considerando o intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. De acordo com o Focus desta segunda-feira, o mercado espera que o IPCA de dezembro tenha uma alta de 0,42%, uma queda de 0,02 p.p desde o levantamento da semana passada.

Com isso, o mercado segue mostrando otimismo com a queda nos preços. Para 2026, a expectativa é de uma inflação de 4,10%, ante 4,16% da semana passada, a quarta semana seguida. Em 2027, a previsão é de um índice de preços de 3,8%, e para 2028 é de 3,50%

Selic vai fechar o ano em 15%

Com a taxa básica de juros, a Selic, fechando o ano em 15%, segundo decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na última quarta-feira (10), o Focus não mede mais a expectativa do mercado para o indicador em 2025. Para 2026, os economistas reduziram a previsão de 12,25% para 12,13%.

A Selic é a taxa de referência para os juros do mercado. Quando a taxa sobe, as taxas de juros reais também tendem a subir, o que pode levar a diminuição de investimentos por parte das empresas e a diminuição do consumo por parte das famílias. Isso ocorre porque o crédito fica mais caro, na medida em que a taxa de juros cobrada pelas instituições financeiras também sobe, desestimulando inclusive o financiamento de bens duráveis.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. O patamar elevado aos 15% é usado com o objetivo de desacelerar o consumo e levar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o centro da meta de 3%. Em 2027, o mercado espera que a taxa caia para 10,50% ao ano, enquanto para 2028 a expectativa é de 9,50%.

PIB e câmbio

O mercado manteve estável as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB), esperando um avanço de 2,25% em 2025, e para o dólar, que deve fechar o ano cotado a R$ 5,40. Em 2026 é previsto um crescimento do PIB para 1,80%, e o câmbio em R$ 5,50.

FOCUS2025202620272028
IPCA4,36%4,10%3,80%3,50%
PIB Total2,25%1,80%1,83%2,00%
CâmbioR$ 5,40R$ 5,50R% 5,50R$ 5,50
Selic15%12,13%10,50%9,50%
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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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