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Gari assassinado em BH: o que falta saber sobre o caso?

Renê da Silva Nogueira Júnior está preso desde a segunda-feira (11), data do crime que vitimou o gari Laudemir de Souza Fernandes

Renê Júnior, apontado preliminarmente como o assassino do gari Laudemir Fernandes, antes, durante e depois de sua prisão

Dia após dia, as investigações do crime que tirou a vida do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, avançam. No momento, o único suspeito é o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos. O homem, preso desde a segunda-feira (11) é apontado preliminarmente como o autor.

As diligências conduzidas pelo Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de Minas Gerais (PC) já esclareceram pontos importantes acerca da dinâmica do crime, como por exemplo:

  • A arma da delegada da Polícia Civil, Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, esposa de Renê Júnior, foi a utilizada no crime. A balística comprovou o fato.
  • Renê chegou na empresa em que estava fazendo testes cerca de 30 minutos depois do crime. O tempo de deslocamento bate perfeitamente com o necessário para percorrer a distância do local do assassinato até onde o suspeito trabalhou.
  • Antes de ser preso na academia, Renê passou em casa, onde foi filmado por duas câmeras de segurança do condomínio de luxo. Na primeira imagem, de 13h40, ele aparece com uma mochila. “Ele mexe na mochila, retira a arma e a recoloca na mochila. Encontramos essa arma na casa dele, da mesma forma em que ela aparece no vídeo”, afirmou o delegado Evandro Radaelli, em entrevista ao Fantástico, da Globo, nesse domingo (17).
  • Ainda antes de ser preso, Renê aparece passeando com um cachorro. O relógio da câmera de segurança marcava 14h40. “Ele manteve a rotina diária dele após a prática do crime. Nós temos imagens da empresa que demonstram que ele estava, aparentemente, normal”, disse o delegado na mesa entrevista ao Fantástico.
  • O cruzamento da placa do carro dirigido pelo atirador com o modelo do veículo, filmado por câmeras de segurança, mostrou apenas uma correspondência em Belo Horizonte, o que levou a polícia até Renê. Não existia outro carro, um híbrido de luxo, do mesmo modelo com as mesmas combinações de letras e números.
  • Testemunhas reconheceram Renê prontamente. O porte físico fora do comum do homem ajudaram no reconhecimento.
  • Renê possui histórico de violência doméstica. Ele já agrediu ex-companheiras no Rio de Janeiro e em São Paulo. Porém, não foi preso em nenhuma das ocasiões.

O que ainda falta saber?

A Polícia Civil trabalha para preencher outras lacunas sobre a morte de Laudemir. São elas:

O crime

Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi morto com um tiro no abdômen na manhã da segunda-feira (11), no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar, o crime foi motivado por uma briga de trânsito. A vítima chegou a ser socorrida por populares, mas não resistiu.

Segundo o dono da empresa terceirizada que presta serviço à Prefeitura de Belo Horizonte, o suspeito ameaçou a motorista do caminhão de coleta, apontando um revólver para o rosto dela antes de disparar contra o gari. Ele afirmou que a rua era larga e que a motorista havia encostado o caminhão para permitir a passagem do carro do atirador, um BYD de grande porte.

Mesmo assim, o homem teria feito a ameaça de matar todos caso o veículo fosse encostado no dele.

Os garis tentaram convencer o agressor a não atirar, mas, após o carro passar, ele teria descido, atirado e atingido o abdômen de Laudemir. O trabalhador foi levado para o Hospital Santa Rita, mas morreu pouco depois.

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Maic Costa é jornalista, formado pela UFOP em 2019 e um filho do interior de Minas Gerais. Atuou em diversos veículos, especialmente nas editorias de cidades e esportes, mas com trabalhos também em política, alimentação, cultura e entretenimento. Agraciado com o Prêmio Amagis de Jornalismo, em 2022. Atualmente é repórter de cidades na Itatiaia.