Dia após dia, as investigações do
As diligências conduzidas pelo Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de Minas Gerais (PC) já esclareceram pontos importantes acerca da dinâmica do crime, como por exemplo:
- A arma da delegada da Polícia Civil, Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, esposa de Renê Júnior,
foi a utilizada no crime . A balística comprovou o fato. - Renê chegou na empresa em que estava fazendo testes
cerca de 30 minutos depois do crime . O tempo de deslocamento bate perfeitamente com o necessário para percorrer a distância do local do assassinato até onde o suspeito trabalhou. - Antes de ser preso na academia,
Renê passou em casa, onde foi filmado por duas câmeras de segurança do condomínio de luxo. Na primeira imagem, de 13h40, ele aparece com uma mochila. “Ele mexe na mochila, retira a arma e a recoloca na mochila. Encontramos essa arma na casa dele, da mesma forma em que ela aparece no vídeo”, afirmou o delegado Evandro Radaelli, em entrevista ao Fantástico, da Globo, nesse domingo (17). - Ainda antes de ser preso, Renê aparece passeando com um cachorro. O relógio da câmera de segurança marcava 14h40. “Ele manteve a rotina diária dele após a prática do crime. Nós temos imagens da empresa que demonstram que ele estava, aparentemente, normal”, disse o delegado na mesa entrevista ao Fantástico.
- O cruzamento da placa do carro dirigido pelo atirador com o modelo do veículo, filmado por câmeras de segurança, mostrou apenas uma correspondência em Belo Horizonte,
o que levou a polícia até Ren ê. Não existia outro carro, um híbrido de luxo, do mesmo modelo com as mesmas combinações de letras e números. - Testemunhas reconheceram Renê prontamente. O porte físico fora do comum do homem ajudaram no reconhecimento.
Renê possui histórico de violência doméstica . Ele já agrediu ex-companheiras no Rio de Janeiro e em São Paulo. Porém, não foi preso em nenhuma das ocasiões.
O que ainda falta saber?
A Polícia Civil trabalha para preencher outras lacunas sobre a morte de Laudemir. São elas:
- O trajeto feito pelo homem no dia do crime e o teor das ligações telefônicas feitas por ele na data.
A Justiça autorizou a quebra do sigilo telefônico e do rastreamento do carro de Renê e em breve estas questões serão respondidas. - Como Renê teve acesso a arma do crime? A delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira sabia que ele estava portando sua pistola 380? O acesso à arma era facilitado na casa em que eles moravam?
Houve negligência da agente pública ? - O que Renê fazia no local do crime, fora da sua rota comum de trabalho?
Ele portava ou estava sob efeito de entorpecentes ? - Por que
Renê não foi algemado pela Polícia Militar e nem levado no camburão quando foi preso em uma academia de alto padrão na região Oeste de BH?
O crime
Segundo o dono da empresa terceirizada que presta serviço à Prefeitura de Belo Horizonte, o suspeito ameaçou a motorista do caminhão de coleta, apontando um revólver para o rosto dela antes de disparar contra o gari. Ele afirmou que a rua era larga e que a motorista havia encostado o caminhão para permitir a passagem do carro do atirador, um BYD de grande porte.
Mesmo assim, o homem teria feito a ameaça de matar todos caso o veículo fosse encostado no dele.
Os garis tentaram convencer o agressor a não atirar, mas, após o carro passar, ele teria descido, atirado e atingido o abdômen de Laudemir. O trabalhador foi levado para o Hospital Santa Rita, mas morreu pouco depois.