Vídeos obtidos pela Itatiaia nesta segunda-feira (18) mostram que o executivo René da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, manteve a rotina após o assassinato do gari Laudemir Fernandes, de 44 anos. O crime foi cometido há uma semana, no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte. Para a Polícia Civil, as provas que apontam René como autor são “irrefutáveis”.
Uma dessas provas é o vídeo que mostra René na garagem do condomínio de luxo em Nova Lima, na Grande BH, onde mora com a esposa, a delegada Ana Paula Balbino. A câmera de segurança marca 13h40, e um movimento do suspeito chamou a atenção dos investigadores. “Ele mexe na mochila, retira a arma e a recoloca na mochila. Encontramos essa arma na casa dele, da mesma forma em que ela aparece no vídeo”, afirmou o delegado Evandro Radaelli, em entrevista ao Fantástico, da Globo, nesse domingo (17).
Vídeo mostra preso por matar gari colocando arma de delegada em mochila
— Itatiaia (@itatiaia) August 18, 2025
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📹 Vídeo cedido à Itatiaia pic.twitter.com/GXDaIJFWey
Exames periciais confirmaram que a arma usada no crime
Cachorros
Em outro vídeo, René aparece passando com os cachorros às 14h40. Quase duas horas depois, ele já estava na academia, no bairro Estoril, região Oeste de BH, onde foi preso pela Polícia Militar (PM). Após o crime, René ainda foi trabalhar normalmente em Betim, onde era executivo em uma empresa do ramo alimentício. “Ele manteve a rotina diária dele após a prática do crime. Nós temos imagens da empresa que demonstram que ele estava, aparentemente, normal”, disse o delegado.
Suspeito nega
Na audiência de custódia que
Ele alegou que deixou o trabalho às 13h17, foi para casa, em Nova Lima, passeou com os cães, trocou de roupa e foi para a academia. “Cheguei da academia 14h10, deve estar nas câmeras da academia. Adentrando a academia no elevador, no outro elevador estavam os policiais com a advogada da empresa, acredito eu que a empresa do rapaz que teve a infelicidade de falecer. Ela falou: ‘É esse rapaz aí de bermuda azul e blusa branca’. Só que não é a mesma roupa que eu estava de manhã", afirmou na audiência.
O suspeito explicou ainda ter ido trabalhar de calça social preta da Diesel e camisa polo marrom. Sobre o carro que aparece nas imagens na cena do crime, o executivo garante ser diferente do modelo do veículo em que estava no dia da morte do gari. Ele, inclusive, disse que passou essa informação para os policiais militares que o prenderam em uma academia de luxo na avenida Raja Gabaglia.
“Abri as quatro portas para mostrar o carro, porque ele me mostrou a foto do carro na rua do acontecimento. Eu não conheço porque não sou daqui, conheço a Via Expressa onde eu estava e, quando ele aproximou a foto, eu disse: ‘Esse carro não é meu’. Meu carro não é elétrico, é um híbrido. Só ampliei a foto do carro que foi tirada: ele tem uma lateral cromada, meu carro não tem essa lateral.”
Entenda o caso
Conforme Boletim de Ocorrência (BO), o crime foi cometido por volta das 9h03 na rua Modestina de Souza, bairro Vista Alegre. Laudemir trabalhava na coleta de resíduos quando o motorista de um BYD de cor cinza, que seguia no sentido contrário, se irritou, alegando que o veículo atrapalhava o trânsito.
Renê é apontado pela polícia como o motorista. Armado, ele apontou a arma para a motorista do caminhão e ameaçou atirar no rosto dela. Ele seguiu, passou pelo caminhão, desceu do carro com a arma em punho, deixou o carregador cair, recolocou e atirou contra o gari. A bala atingiu a região das costelas do lado direito, atravessou o corpo e se alojou no antebraço esquerdo. Renê foi preso horas depois, ao chegar à academia.
A reportagem tentou falar com a defesa do suspeito no Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na noite de segunda-feira (11), e também após a audiência de custódia, nessa quarta (13), mas os advogados informaram que se manifestariam por meio de nota. O espaço segue aberto.
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