A Polícia Militar (PM) contou como conseguir rastrear e encontrar, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, 47 anos, que
O Boletim de Ocorrência do caso relata a operação de rastreio e identificação do suspeito, que seria preso horas depois, em uma academia da região Oeste de Belo Horizonte. O autor, após atirar, entrou em seu carro, que testemunhas conseguiram identificar como somente sendo da marca BYD, e fugiu.
Para chegar ao autor dos disparos, a PM se valeu de uma câmera de segurança próxima, que registrou imagens do veículo. Em posse das gravações, os policiais conseguiram identificar duas letras na placa do carro: S e J.
Além disso, foi possível confirmar o modelo do carro, um BYD Song Plus da cor cinza. O carro de luxo custa R$ 250 mil em sua versão 2026. A versão Premium do veículo custa R$ 300 mil. O modelo 2025 chegou ao Brasil custando R$ 245 mil.
Com o modelo identificado e a parcial da placa, os PMs realizaram diversas pesquisas, conseguindo, assim, chegar à identificação completa do carro. Assim, foi possível identificar Renê como o condutor do veículo.
Testemunhas reconheceram atirador
Em posse da identidade do suspeito, os policiais mostraram uma foto de Renê, prontamente reconhecido pelas testemunhas. As características físicas do empresário, consideradas incomuns, também bateram perfeitamente com o que foi dito por quem esteve presente no momento do crime.
Tendo todas essas informações reunidas, os detalhes foram compartilhados e o veículo foi identificado na Avenida Raja Gabaglia, entrando no estacionamento de uma academia,
Polícia diz ter elementos que confirmam autoria do crime
A Polícia Civil (PC) confirma, de forma preliminar, que foi o empresário Renê Júnior quem
“Em sede preliminar nós podemos confirmar, com os elementos que temos de prova, até então, a autoria do fato. Tanto é que ratificamos a prisão e representamos pela conversão em prisão preventiva”, afirmou o delegado Evandro Radaelli, que investiga o caso.
Veja o vídeo:
AUTORIA DO CRIME | A Polícia Civil (PC) confirma, de forma preliminar, que foi o empresário Renê Júnior, de 47 anos, quem matou o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44, nessa segunda-feira (11), no bairro Vista Alegre, na região Oeste de Belo Horizonte. A declaração foi dada em… pic.twitter.com/cTwFUXlTAX
— Itatiaia (@itatiaia) August 12, 2025
Ainda de acordo com a PC, todas as provas coletadas indicam a autoria de Renê: testemunhas o reconheceram, trajeto do carro, placa do veículo identificada, evidências que, cruzadas, apontavam somente para o empresário.
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O crime
Segundo testemunhas, a situação teria começado quando Renê Júnior se irritou com o fato do caminhão de lixo, que estava em serviço, estar ocupando parte da rua e atrapalhando sua passagem.
A situação irritou o empresário, que teria iniciado ameaças aos profissionais, começando com a motorista do caminhão. Ivanildo Lopes, sócio-proprietário da empresa de limpeza urbana em que Laudemir de Souza Fernandes, contou à Itatiaia que o suspeito colocou um revólver no rosto da mulher antes de disparar contra o gari, que deixa uma filha.
“A motorista disse que a rua é larga, que ela encostou o caminhão um pouco e pediu para o rapaz, que estava em um BYD grande, passar. Só que ele já tirou o revólver, colocou na cara dela e falou que, se ela encostasse no carro dele, iria matar todo mundo”, contou o empresário.
Os garis pediram “pelo amor de Deus” para que o condutor não atirasse, mas não adiantou. “O carro já tinha passado. Aí ele saiu do carro, deu um tiro e acertou o abdômen desse gari. Ele foi socorrido para o hospital Santa Rita, mas faleceu. Agora é tentar, através de imagens de câmeras, localizar a pessoa. Coisa bárbara. A gente nunca viu uma situação dessas. Muito triste”, lamentou.
“Não houve discussão”
Ivanildo Lopes contou que disponibilizou os advogados de sua empresa para atuarem no caso e garantiu que não houve uma briga de trânsito. Segundo ele, Laudemir tentou apaziguar a situação. De acordo com testemunhas, antes do disparo, o suspeito teria apontado a arma para a motorista do caminhão.
“O Laudenir era uma pessoa de coração gigante. Ele tentou apaziguar a situação. Aconteceu toda essa crueldade de maneira muito triste. Não precisava de discussão. A motorista do caminhão era uma mulher, uma mulher tranquila, que anda pela Cabana e todo mundo conhece ela. Todo mundo ama ela. Não é uma pessoa de discutir. Foi uma fatalidade de uma pessoa que, pra mim, não estava normal”, declarou o empresário.
Lopes afirmou, ainda, que as ameaças se deram por motivo fútil.
“Ele falou que se arranhasse o carro dele, ele iria atirar em todo mundo. Aí depois parece que ele foi para frente, volta e dá um tiro do nada. Foi um negócio sem pé e nem cabeça”, desabafou.
Enterro
O corpo de Laudemir de Souza Fernandes
Vestindo o uniforme laranja que o padrasto utilizava todos os dias, Jéssica fez questão de lembrar o quanto ele amava a profissão. “O Lau era muito feliz no que fazia. Inclusive, ele estava em um processo de transição para trabalhar na portaria, mas não quis. Gostava demais de ser gari. Talvez, se tivesse aceitado, hoje estaria aqui. Mas ele morreu fazendo o que gostava”, disse, emocionada.