Sudoku, palavras cruzadas e quebra-cabeças ajudam a prevenir o Alzheimer?

Embora não sejam uma forma de prevenção direta, jogos ajudam a construir a reserva cognitiva

Cortar palavras e a comunicação

Alguns jogos que estimulam o raciocínio lógico, como sudoku, palavras cruzadas e quebra-cabeças podem contribuir para o envelhecimento saudável do cérebro, apesar de não prevenir o Alzheimer de forma direta, segundo a médica geriatra Simone de Paula Pessoa Lima.

“Evidências científicas mostram que atividades cognitivamente desafiadoras estão associadas a um menor risco de demência, pois ajudam a construir o que chamamos de reserva cognitiva”, explicou.

“Essa reserva funciona como uma espécie de proteção extra do cérebro, tornando-o mais resistente aos efeitos das lesões que caracterizam doenças neurodegenerativas. Portanto, embora os jogos não previnam o Alzheimer de forma direta, eles podem fazer parte de um estilo de vida que favorece o envelhecimento cerebral saudável”, acrescentou a especialista.

Há diversas formas de jogar esses jogos, tanto de forma física quanto digital, e nenhuma delas impacta mais ou menos. O que importa é manter a constância na atividade.

“Para algumas pessoas, especialmente idosos, o material físico pode ser mais confortável e acessível. Além disso, o contato com outras pessoas para jogar presencialmente ajuda a diminuir o isolamento social e contribui para interações benéficas entre os idosos”, disse a médica.

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“Já outras podem se beneficiar da praticidade e variedade oferecidas pelos aplicativos. O ideal é respeitar as preferências individuais e garantir que o uso das telas não venha acompanhado de sedentarismo ou privação de sono, fatores que aumentam o risco de comprometimento cognitivo”, afirmou.

Outras atividades que também podem impactar na prevenção do Alzheimer são:

  • prática de exercícios físicos;
  • alimentação balanceada;
  • controle de doenças crônicas como hipertensão e diabetes;
  • sono de qualidade;
  • vida social ativa;
  • manejo do estresse.

Aprender novas habilidades, como tocar um instrumento ou estudar um novo idioma também pode ajudar a prevenir a doença.

Já para aqueles já diagnosticados, são recomendados jogos que estimulam a mente. “Embora não revertam o processo neurodegenerativo, eles podem retardar a progressão dos sintomas e melhorar a qualidade de vida.”, afirmou.

"É fundamental, no entanto, que esses jogos sejam adaptados à capacidade do paciente, evitando frustrações. Eles devem ser utilizados como parte de um plano terapêutico mais amplo, que inclua suporte familiar, acompanhamento médico e outras intervenções não farmacológicas.”, acrescentou.

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.

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