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“Não tenho a menor dúvida de que vai haver um desvio de prescrição para fins de emagrecimento estético. É importante a gente entender que a gente lutou muitos anos para liberação de medicações sérias, que tenham evidências, então que a gente continue mantendo essa prescrição de forma séria e bem fundamentada”, disse Juan Bernard.
O médico defendeu que o Mounjaro continue sendo receitado apenas por médicos, como endocrinologistas, nutrólogos e cardiologistas. “Se o profissional trata a apneia do sono, e ele precisa de um tratamento farmacológico, ele pode atuar em parceria com outro profissional que saiba fazer, e que saiba manejar essa prescrição e fazê-la de forma responsável”, afirmou.
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“Não é o fato de eu abordar uma condição que eu posso usar todas as ferramentas disponíveis para tratar essa condição”, continuou. A decisão pelo uso do Mounjaro no tratamento da apneia do sono foi assinada no dia 17 de outubro e publicada no dia 20 no Diário Oficial da União.
Antes, o medicamento era aprovado apenas para o tratamento da diabetes tipo 2. De acordo com a fabricante do Mounjaro, a Eli Lilly, esse é o primeiro fármaco aprovado como terapia para a apneia do sono no Brasil.
A apneia obstrutiva do sono é uma condição clínica na qual obstruções repetitivas da garganta ocorrem durante o sono, o que gera apneias (pausas respiratórias de no mínimo 10 segundos e ou hipopneias recorrentes (quase apneias). Os principais sintomas envolvem ronco, despertar recorrente e sonolência diurna.
Estudos confirmam eficácia
A decisão pelo uso da tirzepatida no tratamento da apneia do sono se baseou em estudos clínicos que já haviam comprovado a eficácia do ativo. Uma pesquisa publicada em 2024 na revista científica “New England Journal of Medicine” revelou que a substância levou a uma redução significativa no número de interrupções respiratórias durante o sono.
Contudo, de acordo com o médico nutrólogo Juan Bernard, o risco do uso do Mounjaro está nos efeitos colaterais, que podem impactar diversas partes do corpo.
"É uma medicação que tem dois tipos de mecanismo de ação: que vai agir em cérebro, vai agir em glândulas, vai agir em intestino, estômago, na gordura. Enfim, age em todo o organismo. E isso faz com que ele tenha potenciais efeitos colaterais em todo o organismo também”, reforçou à Itatiaia.