A possibilidade de o
Com a primeira edição disputada em 1992, a Copa Conmebol foi criada num momento em que o futebol começava a viver uma expansão comercial muito grande, principalmente pela venda dos direitos de televisão. Além disso, a Supercopa, criada pela Conmebol em 1988, era um sucesso de público, o que garantia ótimo retorno financeiro à entidade.
A Copa Conmebol surgiu espelhada na Taça dos Vencedores de Taças da Europa, que no Brasil ficou conhecida como Recopa Europeia.
Era a terceira competição de clubes da América do Sul em importância, tanto que a Recopa Sul-Americana era decidida entre os vencedores da Libertadores e da Supercopa, mas tinha um critério técnico para definir os seus participantes, o que não acontecia com a Supercopa, pois todos os campeões da Libertadores a disputavam.
Na primeira edição da Copa Conmebol, por exemplo, as quatro vagas do Brasil foram preenchidas por Bragantino, Atlético e Fluminense, segundo, terceiro e quarto colocados do Brasileirão de 1991, e pelo Grêmio, vice-campeão da Copa do Brasil de 1991.
O mesmo critério foi usado em 1993, 1994 e 1995, sendo que o campeão do ano anterior garantia vaga na edição seguinte, mas a partir de 1995 uma regra da CBF tirou o São Paulo, campeão de 1994 na edição seguinte, pois a entidade proibiu que o mesmo clube participasse da Supercopa e da Copa Conmebol.
A partir de 1997, por causa dessa limitação de participação de brasileiros que jogavam a Supercopa, a CBF deu aos vencedores das Copas do Nordeste e Norte vagas na Copa Conmebol.
Em 1998, a Supercopa acabou e surgiu a Copa Mercosul. E seguiu a proibição de quem participava dela jogar a Conmebol, que foi sendo esvaziada e chegou ao ponto de os representantes do Brasil na última edição, em 1999, serem Paraná Clube (vice-campeão da Copa Sul), CSA (quarto colocado da Copa do Nordeste), Vila Nova-GO (vice-campeão da Copa Centro-Oeste) e São Raimundo (campeão da Copa Norte).
Em 2000 passamos a ter duas copas da Conmebol possíveis para clubes brasileiros, a Libertadores e a Mercosul, que teve a última edição em 2001. Em 2002, começa a Copa Sul-Americana, que não teve a participação de clubes brasileiros por questões de calendário. Isso acontece, de forma ininterrupta desde 2003, com apenas cinco títulos: Internacional (2008), São Paulo (2012), Chapecoense (2016) e Athletico-PR (2018 e 2021).
A Copa Sul-Americana começou com os clubes brasileiros podendo participar dela e da Libertadores na mesma temporada, pois eram em períodos diferentes. Em 2003, foram 12 os clubes do País, em quatro grupos de três equipes cada brigando para avançar às fases internacionais.
Atualmente, o Brasil tem seis vagas na Copa Sul-Americana. E todos entram na fase de grupos. Esse número pode aumentar com a possibilidade dos terceiros colocados de cada um dos grupos da Libertadores disputarem um playoff com o segundo de cada chave da Sul-Americana.
Em grosso modo, pode-se dizer que a Copa Conmebol surgiu como uma precursora da Sul-Americana, mas com acesso mais difícil, pois iam o segundo terceiro e quarto colocados do Brasileirão, que hoje vão à fase de grupos da Libertadores, e o vice-campeão da Copa do Brasil. Mas na reta final, ela perdeu essa característica.
A história mostra argumentos favoráveis e contrários a uma equiparação da Copa Conmebol com a Sul-Americana. Uma certeza é de que os títulos conquistados pelo Galo em 1992 e 1997 valem, e muito, assim como valerá demais levantar a taça dia 22 de novembro no Defensores del Chaco.