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Veja diferenças entre o ‘Ozempic brasileiro’ e outras canetas emagrecedoras

O produto é mais barato que o Ozempic e usa uma substância da classe dos análogos GLP-1. Canetas emagrecedoras chegam ao mercado nesta segunda-feira (4)

O produto se soma a outros existentes no mercado – como Ozempic, Mounjaro e Saxenda – no tratamento da obesidade e diabetes tipo 2

A caneta emagrecedora da EMS, farmacêutica brasileira, chegou às farmácias nesta segunda-feira (4). Apelidada de ‘Ozempic brasileiro’, as canetas usam liraglutida, uma molécula da classe dos análogos de GLP-1. O produto soma-se a outros existentes no mercado – como Ozempic, Mounjaro e Saxenda – no tratamento da obesidade e diabetes tipo 2.

As principais diferenças entre a nova caneta da EMS e outros medicamentos – como o Ozempic e o Mounjaro – são o princípio ativo, a eficácia e rapidez na perda de peso e a recorrência de aplicação. À Itatiaia, o professor do Departamento de Medicina da UFMG, Gustavo Penna, explica que o ‘Ozempic brasileiro’ pertence à mesma classe dos análogos de GLP-1, que são homônios produzidos de forma natural no intestino após a alimentação.

Esse é o mesmo princípio ativo de canetas como o Saxenda e o Victoza. “A liraglutida é aplicada diariamente e tem eficácia comprovada em estudos clínicos para perda de peso. Em média, leva a uma redução de cerca de 6 a 7 quilos em um ano, o que corresponde a cerca de 5 a 8 por cento do peso corporal”, detalha Gustavo Penna.

Já o Ozempic utiliza a semaglutida, uma molécula mais potente. Além disso, diferente das outras canetas, o Ozempic tem aplicação semanal com uma dosagem de até 1 mg. O processo é parecido com a caneta Wegovy, que é indicada especialmente para obesidade e também utiliza a semaglutina. O medicamento pode promover perdas de até 15 por cento do peso corporal em um ano.

O Mounjauro, por outro lado, contém tirzepatida e age como um análogo duplo. O medicamento imita tanto o GLP-1 quanto o GIP, outro hormônio intestinal. “Estudos mostram que a tirzepatida pode levar a perdas de até 20 por cento do peso corporal em 72 semanas, superando os demais medicamentos”, reforça Gustavo Penna à Itatiaia.

Apesar de ‘perder’ quando se trata da rapidez no tratamento da obesidade, a caneta da farmacêutica é um opção mais acessível. Os medicamentos contam com preços sugeridos a partir de R$ 307,26, para a embalagem com 1 caneta, R$ 507,07, para o Lirux com 2 canetas e R$ 760,61, para Olire com 3 canetas, segundo a EMS.

Já o preço do Ozempic varia, mas o Preço Máximo ao Consumidor (PMC) é de até R$ 1.299,70 para as apresentações de 0,25 mg e 0,5 mg, e R$ 1.299,70 para a apresentação de 1 mg, conforme informações da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

“O Mounjaro tem a maior eficácia entre as três, seguida do Ozempic ou Wegovi (semaglutida) e, por último, da liraglutida. Mas, mesmo sendo a menos eficaz entre as canetas existentes, é um grande ganho a chegada dessa caneta no mercado por preços mais acessíveis, considerando sua eficácia e segurança”, detalha Gustavo Penna.

A princípio, segundo a EMS, serão vendidas 100 mil canetas de Olire para o tratamento da obesidade, e 50 mil canetas de Lirux, para o controle do diabetes tipo 2. Os medicamentos estarão disponíveis nas redes de farmácias a seguir:

  • Raia
  • Drogasil
  • Drogaria São Paulo
  • Pacheco.

*Sob supervisão de Edu Oliveira

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas