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Crianças com vícios em tela têm mais riscos de desenvolverem miopia

Com o aumento de exposição do tempo de tela em crianças, médicos oftalmologistas tem percebido um

A preocupação dos oftalmologistas vai além da dificuldade dos pacientes em enxergar de longe, já que a miopia está fortemente associada a doenças oculares graves, como o glaucoma e o descolamento de retina

Com o avanço da tecnologia, principalmente de celulares, computadores e tablets, e o aumento do acesso de crianças a esses dispositivos, uma nova preocupação vem surgindo entre os pais, o vício em telas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que crianças de até 5 anos não devem passar mais de uma hora por dia em atividades passivas diante de dispositivos eletrônicos.

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Contudo, apenas um terço das famílias de crianças entre 2 e 5 anos segue essa orientação, e a situação é ainda mais alarmante para as crianças com menos de 2 anos, com menos de 25% cumprindo as diretrizes.

A médica oftalmologista Rosa Maria Graziano, da Faculdade de Medicina da USP, explica que os primeiros anos de vida são cruciais para a formação ocular. Durante esse período, o olho passa por significativas modificações. O uso excessivo de telas pode superestimular o cristalino e o músculo ciliar, aumentando o risco de miopia.

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“Quando você usa a visão de perto, você faz com que o cristalino precise mudar de grau, e ele precisa, para isso, que exista um músculo ciliar fazendo um movimento, um esforço acomodativo, para que a imagem fique focada”, pontua Graziano.

Aumento dos casos de miopia

Um estudo da Associação Médica Americana revelou um crescimento alarmante no diagnóstico de miopia entre crianças de 6 anos, que saltou de 28,8% em 2020 para 36,2% em 2021. A situação é preocupante, pois a visão prejudicada pode impactar várias áreas da vida infantil e, inclusive, proporcionar diagnósticos errados.

“Eu já recebi crianças tratadas como tendo TDAH, sendo até tratadas com ritalina, e, na verdade, ela tinha um alto grau de miopia, e por isso ela cansava [de se concentrar na atividade]. Antes de ela ter dor de cabeça, dor no olho, ela parava de fazer”, conta a oftalmologista.

O uso contínuo de telas também afeta os adultos, que, apesar de já terem os olhos mais formados, enfrentam cansaço visual. A especialista alerta que a fixação prolongada em telas reduz a frequência de piscar, levando a olhos avermelhados e irritados.

O que fazer

Para mitigar esses efeitos, a oftalmologista recomenda que crianças sejam submetidas a exames periódicos aos 1, 3, 5 e 7 anos. Para adultos e crianças, são indicadas pausas de 1 minuto a cada 20 minutos de trabalho focado, ou, pelo menos, intervalos para relaxar os olhos a cada hora.

*Com informações do Jornal da USP


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Ana Luisa Sales é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, já passou por empresas como ArcelorMittal e Record TV Minas. Atualmente, escreve para as editorias de cidades, saúde e entretenimento