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Outubro Rosa: congelamento de óvulos pode ser opção para mulheres com câncer de mama

Especialista explica como preservar a fertilidade antes do tratamento oncológico e esclarece dúvidas sobre o procedimento

Câncer de mama é tipo mais comum de câncer entre as mulheres no Brasil

O mês de outubro, dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, traz à tona não apenas a importância da prevenção, mas também os cuidados com a fertilidade das pacientes em tratamento. A médica Rafaela Menin, ginecologista e especialista em reprodução assistida, esclarece dúvidas sobre o assunto.

Segundo a especialista, o primeiro passo é fundamental: “O médico que faz o diagnóstico do câncer de mama deve alertar a paciente sobre a possibilidade de preservação da fertilidade, pois isso deve acontecer antes de começar a quimioterapia”, explica Rafaela.

Técnicas de preservação da fertilidade

A técnica mais utilizada para preservar a fertilidade em pacientes com câncer de mama é o congelamento de óvulos. “A gente faz a estimulação do ovário da paciente, coleta alguns óvulos e deixa eles congeladinhos para no futuro a paciente poder utilizar”, detalha a especialista.

O procedimento é realizado antes do início da quimioterapia e, na maioria dos casos, não atrasa o tratamento oncológico. Após a cura, com a liberação do oncologista, a paciente pode utilizar os óvulos congelados por meio de técnicas de reprodução assistida.

Dúvidas frequentes sobre o congelamento de óvulos

Rafaela Menin esclarece que nem todas as pacientes são candidatas ao procedimento. “Precisamos avaliar a idade da paciente, o tipo de câncer e a quantidade de folículos nos ovários”, afirma. Quanto ao tempo de conservação dos óvulos congelados, a especialista tranquiliza: “Não existe um tempo mínimo nem máximo. Podemos congelar e usar esses óvulos daqui a 10, 15, 20 anos”.

Para mulheres que não estão em tratamento oncológico, mas desejam preservar sua fertilidade, a recomendação é congelar cerca de 20 óvulos, idealmente antes dos 35 anos. O procedimento de estimulação ovariana dura aproximadamente duas semanas e envolve medicações diárias e monitoramento por ultrassom.

Os planos de saúde no Brasil ainda não cobrem o procedimento de congelamento de óvulos. No entanto, muitas clínicas oferecem programas facilitadores para tornar o tratamento mais acessível.

(Sob supervisão de Aline Campolina)

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Izabella Gomes é estudante de Jornalismo na PUC Minas e estagiária na Itatiaia. Atua como repórter no jornalismo digital, com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo.
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