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No entanto, Tavares ressalta que o risco de adulteração em cervejas e vinhos é muito menor do que o observado em destilados. E há razões para isso. “O primeiro motivo é a embalagem. No caso das cervejas, por exemplo, as latas são muito mais difíceis de serem fraudadas. Além disso, há uma questão de lógica: não é vantajoso gastar dinheiro para adulterar bebidas como cerveja ou vinho, já que o teor alcoólico delas é muito menor do que o dos destilados”, explica Tavares.
Ele exemplifica: “Se compararmos uma cerveja e uma cachaça, o teor de álcool na cerveja é cerca de dez vezes menor”.
O professor acrescenta que, no caso dos refrigerantes, o risco é praticamente nulo. “A presença de qualquer substância como o metanol causaria uma alteração muito grande no sabor, e as pessoas dificilmente continuariam bebendo depois do primeiro gole.”
É possível identificar o metanol pelo gosto?
De acordo com Tavares, nas bebidas destiladas é praticamente impossível identificar a adulteração apenas pelo paladar. “Quando falamos de cachaça, gin ou vodka, é muito difícil perceber, porque elas já têm uma quantidade alta de etanol. Já em bebidas como cerveja, e principalmente nos refrigerantes, essa alteração seria notada logo no primeiro gole.”
Preço baixo também pode ser sinal de alerta
O professor também chama atenção para o valor das bebidas como um possível indício de fraude. “Quando a esmola é demais, o santo desconfia”, brinca. “Essas pessoas, por lidarem com produtos clandestinos e sem pagar impostos, conseguem oferecer preços que quem trabalha de forma regular e fiscalizada jamais conseguiria. O preço muito abaixo do normal deve acender um sinal de alerta.”, explica o professor.