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Fabiana Justus divulga cadastro para doar medula óssea após receber transplante

Influenciadora trata leucemia mieloide aguda e recebeu, há dois dias, um transplante de células-tronco

Fabiana Justus passou por transplante de medula óssea

Fabiana Justus recebeu um transplante de medula óssea e, através das redes sociais, divulgou nesta sexta-feira (29) um vídeo informativo sobre o cadastro de doadores. A influenciadora e empresária segue internada aguardando a “pega” das células-tronco, processo que faz parte do tratamento de leucemia mieloide aguda.

Através dos stories, Fabiana divulgou um vídeo que explica como funciona o cadastro de possíveis doadores e destacou a importância da ação para “possivelmente salvar uma vida”. A filha de Roberto Justus recebeu as células-tronco de um doador na última quarta-feira (27).

O cadastro de doadores de medula óssea é feito, no Brasil, através do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). O registro reúne todos os dados das pessoas que se voluntariaram, incluindo o nome, endereço, resultados de exames e características genéticas - apesar de não revelá-los ao paciente que irá receber o transplante.

Conforme informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 85% dos pacientes conseguem encontrar um doador que seja 100% compatível. O número pode variar, em função da etnia do paciente. No caso de Fabiana Justus, o doador foi encontrado fora do país.

Como funciona o Redome?

O Redome é utilizado quando não há um doador 100% compatível na família, o que faz com que outra pessoa compatível seja buscada entre não familiares, na população regional ou mundial. Atualmente, quase seis milhões de pessoas são cadastradas na rede brasileira, que também faz conexão com os mais de 37 milhões de doadores de células-tronco de todo o mundo.

O registro atua articulando cadastros de todo o mundo, possibilitando uma conexão entre o doador e o receptor. Atualmente, a busca por doadores para pacientes brasileiros é realizada simultaneamente no Brasil e no exterior, o que também é feito nos bancos internacionais.

Como doar medula óssea?

O que é necessário?

O candidato precisa ter entre 18 e 35 anos, estar saudável e não ter histórico pessoal de câncer, doenças no sangue ou do sistema imunológico. Qualquer tipo de doença que pode ser transmitida pelo sangue veta a possibilidade de doação. Apesar do limite de idade, o doador permanece no cadastro até 60 anos e pode realizar a doação até esta idade).

Como me cadastrar?

Para se tornar um doador voluntário de medula óssea, é preciso ir ao Hemocentro mais próximo da sua cidade, portando um documento de identificação oficial com foto. No local, é realizado o cadastro no Redome e feita uma coleta de amostra de sangue (10 ml) para exame de tipagem HLA.

O que acontece depois do cadastro?

Uma vez cadastrado no Redome, os dados do doador voluntário de medula óssea ficam disponíveis para bancos nacionais e internacionais. Em 2023, o registro brasileiro recebeu mais de 15 mil solicitações de possíveis doadores e quase 10 mil possíveis doadores foram contatados.

Vale lembrar que, nesta fase, os candidatos ainda são tratados como possíveis doadores, já que precisam confirmar a compatibilidade. “Não sabemos se até esta confirmação o paciente estará em condições clínicas de fazer o transplante, entre outros fatores”, explicou a Dra. Danielli Oliveira, coordenadora do Redome.

Em 2023 foram feitas 377 doações de doadores brasileiros, sendo 271 para pacientes brasileiros e 106 para pacientes internacionais. A disparidade entre o número de checagens e doações completas pode ser relacionada a uma das maiores dificuldades do Redome: a atualização de dados dos doadores.

“A atualização de dados de cadastro do doador é um desafio não apenas no Brasil, mas também para os Registros dos outros países. O Redome disponibiliza ferramentas de atualização, no site e aplicativo para incentivar seus doadores e conta com uma média mensal de 15 mil atualizações”, relatou à Itatiaia.

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Tratamento de Fabiana Justus

No dia 25 de janeiro deste ano, Fabiana revelou ter sido diagnosticada com leucemia mieloide aguda. “O nome assusta, tudo assusta, mas estou nas mãos de um super médico, sendo muito bem assistida e as coisas foram muito rápidas, até pela característica da doença e a forma que tem que ser o tratamento”, contou.

À época, a influenciadora explicou como descobriu a doença. “Vim para o pronto-socorro com uma dor esquisita nas costas e febre e desde então não saí mais daqui. Já internei, fiz o exame para ver o que era, coloquei o cateter e já comecei a quimioterapia”, detalhou.

Aos 37 anos, Fabiana passou por um transplante de medula óssea na última quarta-feira (27). A influenciadora, que é filha do apresentador Roberto Justus, possui leucemia mieloide aguda e conseguiu um doador 100% compatível, que ela ainda não conhece e chama de “gêmeo de medula”.

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Maria Clara Lacerda é jornalista formada pela PUC Minas e apaixonada por contar histórias. Na Rádio de Minas desde 2021, é repórter de entretenimento, com foco em cultura pop e gastronomia.