Ouvindo...

Zema admite erro em decreto que autorizou o aluguel do Palácio da Liberdade

Governador defendeu que equipamentos públicos sejam usados pela população, mas admitiu que portaria sobre Palácio da Liberdade precisa de correção

Governador Romeu Zema admitiu erro em portaria que criou regras para aluguel do Palácio da Liberdade

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse ser a favor de abertura de equipamentos públicos para visitação e usos diversos, porém, chamou de “equívoco” a recente portaria do governo que autorizava a locação do histórico Palácio da Liberdade, na região Centro-Sul da capital, para eventos privados.

Em coletiva de imprensa durante encontro com embaixadores, Zema disse que vai estudar algum uso para o Palácio, que há muitos anos, não é mais residência oficial do governo. Ele não descartou o uso do local para eventos, tendo em vista que o decreto que permitia isso foi revogado ontem.

“Eu sou um defensor de que equipamento público, como o próprio nome indica, seja aberto ao público e não frequentado pelos amigos do rei, como geralmente e infelizmente ocorre em muitas situações”, afirmou Zema.

Nesta semana, quatro ex-governadores de Minas Gerais - Fernando Pimentel, Antonio Anastasia, Eduardo Azeredo e Aécio Neves - divulgaram uma carta pública criticando a portaria do governo que previa o aluguel do Palácio para eventos privados. Zema admitiu que houve erros na medida e que o governo busca uma solução para o Palácio.

“Nós tivemos um equívoco no decreto que foi publicado, ele será corrigido, mas temos hoje o Palácio das Mangabeiras, utilizado como um equipamento que o público tem acesso, em vez de ser apenas a residência do governador. Nós vamos encontrar com toda certeza uma solução aqui para o Palácio da Liberdade. Para que possamos aqui ter uma abertura maior com a realização de alguns eventos. E lembrando que o que precisa é desse palácio estar bem preservado, e até ele foi reformado recentemente. Quero aqui agradecer o Ministério Público que patrocinou essa reforma. Então, o que nós queremos é um patrimônio público bem preservado e onde as pessoas possam apreciar aquilo que foi construído pelas gerações anteriores. Nós vamos avaliar, queremos fazer aquilo que seja melhor”, disse Zema.

Espaços e preços

A portaria publicada em 19 de setembro, que regulamentava o uso do Palácio da Liberdade, incluía os Jardins, a Tenda, a Escadaria Principal e salões internos como a Sala Vermelha e a Rosada. A capacidade varia de 120 pessoas nos salões a até 1.000 nos Jardins.

A solicitação deve ser feita por ofício à Gerência Geral do Palácio, com antecedência mínima de dez dias. Os valores variavam conforme a finalidade: uma sessão de fotos de casamento custa R$ 2.500; produções comerciais, R$ 7.500; e eventos corporativos podem chegar a R$ 75 mil, no caso da locação conjunta da Tenda e dos Jardins por 16 horas.

Ontem, a portaria foi revogada em Diário Oficial, e segundo a a secretária de Estado de Cultura e Turismo, Barbara Botega, em entrevista à Itatiaia, a revogação ocorreu por causa de uma correção no texto anterior.

“Eu pedi para que fosse revogado o ato, mas não por discordar dele, e sim por uma pequena incorreção que havia no texto e na precificação. Como eu recém assumi a secretaria, não tinha conhecimento dessa situação, mas já estamos na construção de um novo texto. Acredito que em poucos dias isso será republicado”, explicou.

A secretária ressaltou que o Palácio é um espaço de todos e já havia grande demanda por eventos no local.

Leia também

Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.