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Uberização: STF suspende julgamento sobre vínculo entre motoristas e aplicativos

Análise do caso deve ser retomada em aproximadamente 30 dias, segundo presidente da Corte

STF suspende julgamento sobre “uberização”

O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu nesta quinta-feira (2) o julgamento que discute o reconhecimento de vínculo trabalhista entre motoristas, entregadores e plataformas digitais, que ficou conhecida como “uberização”.

De acordo com o presidente da Corte, ministro Edson Fachin, o julgamento sobre o caso será retomado em aproximadamente 30 dias.

A Corte analisa dois processos: uma ação da Rappi Brasil, que questiona decisões da Justiça do Trabalho que reconheceram vínculo com um entregador.

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O segundo é um recurso da Uber Brasil, contra decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que entendeu haver relação de emprego com um motorista. Segundo a plataforma, se a interpretação do TST prevalecer poderá comprometer as operações da empresa no Brasil.

O julgamento do caso se iniciou na quarta-feira (1°), no entanto, Fachin já havia antecipado que a sessão seria destinada somente a leitura dos relatórios, manifestação das defesas e de entidades que se inscreveram no processo como amicus curiae.

Nesta quinta, a Corte se dedicou a terminar de ouvir as sustentações orais das entidades.

Após as manifestações, Fachin suspendeu o julgamento sob a alegação de que o tempo é necessário para os ministros formularem os votos a partir dos argumentos que foram apresentados a Corte nos primeiros dois dias.

Julgamento

Até o momento, somente as partes se manifestaram no processo. Ainda não há data definida para que o julgamento seja retomado.

O relator do processo da Rappi Brasil, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que o julgamento busca dar uma resposta definitiva ao tema e reduzir o excesso de processos na Justiça trabalhista.

“Que possamos, a partir dessa discussão, solucionar de uma vez por todas essas questões e, com isso, evitar centenas e centenas de reclamações sobre o mesmo assunto”, declarou Moraes.

Já as defesas das plataformas sustentaram que não existe vínculo empregatício, pois as empresas seriam apenas intermediadoras entre prestadores de serviços e consumidores.

Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.