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Tarifa Zero, empréstimos e temas polêmicos pautam a Câmara de BH em outubro

Casa deve votar cerca de 40 projetos de lei nas reuniões de Plenário neste mês

Plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte

Em outubro, vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte devem votar cerca de 40 projetos de lei nas reuniões de Plenário, que acontecem nos dez primeiros dias úteis do mês.

A presidência da Casa recebeu o pedido de inclusão de vários textos nas pautas de votação. Além dos projetos de lei, duas Propostas de Emenda à Constituição (PELO), também podem ser apreciadas.

Entre textos polêmicos de vereadores, e propostas encaminhadas pela prefeitura, a pauta deve ser cheia ao longo de todo o mês, e temas controversos vão ser debatidos e votados pelos parlamentares.

Temas polêmicos

Já pode ir ao plenário neste mês, em primeiro turno, projeto de lei que prevê autorização para a doação de material humano para utilização no treinamento de cães farejadores em atividades de busca e resgate.

A proposta é de autoria do vereador Sargento Jalyson (PL), que justificou em seu projeto de lei que a proposta foi pensada com cuidado, levando em consideração a dignidade humana e critérios éticos e sanitários.

O mesmo vereador também deve ter outro projeto de autoria dele na pauta do mês de outubro, desta vez uma proposta que prevê aplicação de multa a pessoas que forem flagradas usando drogas em lugares públicos em Belo Horizonte.

Também é prevista a inclusão na pauta do projeto de lei de autoria do vereador Irlan Melo (Republicanos), que proíbe o funcionamento do equipamento de som automotivo, mais conhecido como “paredão do som”, em vias públicas, praças e outros espaços públicos.

Com o objetivo de combater a perturbação e poluição sonora, o descumprimento das determinações da lei pode causar multas progressivas de R$ 500 a R$ 3 mil ao infrator ou ao proprietário do veículo.

Tarifa Zero, população de rua e internet em comércio

Ainda nesta semana, já na sexta-feira (3), vereadores votam em primeiro turno o texto que prevê a gratuidade no transporte público em Belo Horizonte. O texto, que tem sido chamado de PL da Tarifa Zero, prevê a criação de um Fundo Municipal de Melhoria da Qualidade e Subsídio ao Transporte Coletivo (FSTC) e estabelece a Taxa do Transporte Público (TTP) para o financiamento.

Na prática, a lei substituiria o pagamento de vale-transporte pelas empresas sediadas na capital mineira para estabelecer o pagamento de um valor fixo por funcionário de instituições com mais de nove trabalhadores. O texto é encabeçado pela vereadora Iza Lourença (PSOL), que é titular da proposta.

Vereadores também podem votar um texto de autoria da vereadora Dra. Michelly Siqueira (PRD), que tramita em primeiro turno, e cria a Política Municipal de Atendimento Integral aos Estudantes com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Dislexia, Altas Habilidades/Superdotação e Outros Transtornos de Aprendizagem.

Deve ser colocado em votação, também em primeiro turno, um projeto de autoria da vereadora Loíde Gonçalves (MDB), que pretende obrigar a colocação de abrigo em todos os pontos de ônibus da cidade.

Está previsto, em primeiro turno, a votação de um projeto que pretende atualizar as regras sobre comercialização de produtos e prestação de serviços em veículos como trailers e food-trucks, através de mudança no Código de Posturas da cidade. A proposta é dos vereadores Irlan Melo (Republicanos) e Marcela Trópia (Novo).

Os vereadores pretendem discutir também em plenário, um projeto de lei que tramita em primeiro turno e busca criar na cidade o Fórum da População de Rua. O texto é assinado pelos vereadores Pablo Almeida (PL), Sargento Jalyson (PL), Uner Augusto (PL) e Vile Santos (PL).

Outro texto, que tramita em segundo turno, é um de autoria do vereador Arruda (Republicanos), e pretende obrigar estabelecimentos comerciais a fornecerem internet gratuitamente quando ofertarem cardápios apenas via QR Code.

Há uma Proposta de Emenda à Lei Orgânica que também pode ser votada em segundo turno. O texto quer incluir na legislação municipal um novo parágrafo assegurando a todos o direito à água potável. A proposta tem autoria de 14 vereadores, encabeçados pela vereadora Luiza Dulci (PT).

Projetos de empréstimos e rodovias da Prefeitura

A prefeitura de Belo Horizonte também solicitou a inclusão na pauta da Câmara de alguns de seus projetos que já estão em condições de serem votados em definitivo, ou que já estão prestes a passarem pela última comissão.

Pode ser votado em definitivo o projeto de lei que reduz as áreas não edificáveis ao longo das rodovias municipais em BH, especialmente o Anel Rodoviário. A proposta, que é de autoria da prefeitura, quer reduzir o espaço de proibição de construções às margens das rodovias, passando de 15 metros para 5 metros, portanto.

Isto deve aumentar a possibilidade de construções às margens de rodovias. A proposta é uma adequação à lei federal alterada recentemente, e pretende auxiliar na regularização de imóveis que ficam às margens de rodovias.

Foi solicitada também a inclusão de projeto que faz adequações a um pedido de empréstimo da Prefeitura de Belo Horizonte para obras de moradia, mobilidade e saneamento junto à Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e à Caixa Econômica Federal.

O pedido de empréstimo já foi aprovado no ano passado pela Câmara, porém, algumas exigências do banco surgiram, e um novo projeto para atender estas mudanças será votado em plenário, mas ainda está em comissões.

A proposta muda algumas garantias de pagamento do empréstimo, mas segundo a prefeitura, não altera o valor acordado no projeto aprovado pelo Legislativo no ano passado. Um dos empréstimos, com a AFD, chega aos R$ 312,5 milhões, e o outro é de cerca de R$1 bilhão com a Caixa Econômica.

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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.