O Supremo Tribunal Federal retoma nesta terça-feira (21) o julgamento do chamado núcleo 4 da trama golpista, identificado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o núcleo da desinformação.
Segundo a acusação, o grupo teria operado uma rede voltada à disseminação de ataques digitais contra o sistema eleitoral brasileiro, com o objetivo de minar a confiança nas urnas eletrônicas e gerar instabilidade política no período que antecedeu os atos de 8 de janeiro de 2023.
A sessão será conduzida pelo ministro Flávio Dino, presidente da
Sete acusados integram o grupo apontado pela PGR
O núcleo 4 reúne sete réus que, segundo a PGR, teriam usado estruturas públicas para espionar opositores e abastecer uma rede organizada de desinformação.
Entre eles está Ailton Moraes Barros, ex-major do Exército, apontado como auxiliar do general Walter Braga Netto. Ele teria recebido orientações para atacar comandantes das Forças Armadas que não aderiram ao plano golpista.
Outro acusado é o major da reserva Ângelo Denicoli, suspeito de produzir relatórios falsos sobre as urnas eletrônicas e atuar como intermediário entre criadores de desinformação e influenciadores digitais.
O subtenente Giancarlo Rodrigues, também do Exército, é acusado de montar uma estrutura clandestina dentro da Abin para monitorar opositores e alimentar o sistema de desinformação.
Já o tenente-coronel Guilherme Almeida teria publicado vídeos e mensagens incentivando protestos e sustentando a narrativa de fraude nas eleições.
O coronel Reginaldo Abreu é acusado de adulterar relatórios internos e imprimir, no Palácio do Planalto, documentos sobre um suposto “gabinete de crise” para atuar após um eventual golpe.
Outro réu, Marcelo Bormevet, agente da Polícia Federal, teria usado recursos da Abin para identificar e vigiar adversários do grupo.
Por fim, Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, é apontado como o responsável pelo laudo fraudulento que serviu de base para colocar em dúvida a lisura das eleições de 2022.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, os sete formaram um braço estratégico da articulação golpista, utilizando órgãos do Estado para disseminar desinformação e desacreditar as instituições democráticas.