Uma semana após integrar missão parlamentar aos Estados Unidos, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) afirmou que há condições para um primeiro contato direto entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano, Donald Trump, ainda nesta semana. A expectativa foi revelada em entrevista à Itatiaia nesta segunda-feira (4).
Segundo Trad, a viagem com senadores de diferentes partidos contribuiu para reduzir o clima de tensão entre os dois países, abrindo caminho para um diálogo em alto nível. No entanto, o senador ressaltou que esse tipo de conversa entre chefes de Estado exige articulação prévia e coordenação diplomática.
“Primeiro deve haver uma conversa em nível inferior, entre ministros dos dois países. Depois, sim, entre os dois presidentes. Acenos dos dois lados já existem, e ambos já sinalizaram que a ligação pode acontecer”, disse o parlamentar.
De acordo com Trad, o objetivo da missão em Washington foi reaproximar o Congresso brasileiro do governo dos Estados Unidos, após um período de relações “frias e distantes”, nas palavras dele. Agora, ele avalia que cabe ao Executivo conduzir a negociação sobre o aumento das tarifas.
“Nós, do Legislativo, atuamos para distensionar. A diplomacia parlamentar ajuda a criar o ambiente para que o Executivo possa negociar. A ligação entre dois chefes de Estado precisa ser preparada pelo Itamaraty e seu equivalente americano, com acordos prévios sobre os temas a serem tratados”, explicou.
Acenos públicos
Na última sexta-feira (1º), o presidente Donald Trump afirmou, em entrevista na Casa Branca, que Lula “pode falar com ele quando quiser”.
Horas depois, Lula respondeu nas redes sociais que está aberto ao diálogo, mas reforçou que o foco do governo, neste momento, é proteger a economia brasileira diante do tarifaço.
“Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano”, escreveu.
Apesar dos gestos públicos, ainda não, por parte do governo brasileiro, a confirmação de que o presidente Lula vá falar com Trump nos próximos dias.