O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) comemorou a decisão da Câmara dos Deputados, que recuou do processo de
“Pela manhã, esse resultado parecia impossível. Mas eu quero agradecer meus companheiros que estão aqui por tudo o que fizeram. Agradeço a todas as pessoas que se mobilizaram, pois isso teve um papel fundamental em mostrar o que estava acontecendo no plenário”, disse o parlamentar em coletiva.
Braga ponderou que a suspensão do mandato não era um desejo, porém, foi uma alternativa viável diante do cenário. “Não queríamos isso (a suspensão). Mas, para o cenário que se tinha, que era uma cassação, isso foi uma vitória. E foi uma vitória do processo de mobilização. É também uma vitória das liberdades democráticas”, acrescentou.
O pedido de cassação
O processo contra o deputado foi apresentado pelo partido Novo, que acusa o parlamentar de quebra de decoro por ter agredido o
“Eu tenho várias discordâncias, muito respeitosas e muito ideológicas, com parlamentares que pensam diferente de mim, mas sei que são honestos e defendem suas convicções. Nunca parti para cima de nenhum deles com agressão, nunca faltei com respeito a nenhum deles”, afirmou Glauber Braga em seu discurso na tribuna.
A cassação de Glauber Braga era dada como certa por alguns parlamentares antes da sessão da noite desta quarta-feira (10) começar. No entanto, parlamentares da base do governo entraram em ação para tentar reverter a punição por uma mais branda.
O clima estava tenso desde terça-feira (9), quando o
O Conselho de Ética chegou a aprovar a cassação em abril deste ano, após pedido do Novo, e o caso seguiu para análise do plenário nesta quarta. Na época, Glauber chegou a fazer uma greve de fome de nove dias em reação ao processo.
Quem é Glauber Braga
Glauber Braga está no Congresso desde 2011 e consolidou ao longo dos anos uma atuação de combate em temas ligados à segurança pública, economia e, principalmente, à defesa de direitos sociais. Nascido em Nova Friburgo (RJ), Glauber estudou Direito e atuou em cargos da prefeitura do município entre 2001 e 2008.
Filiado ao PSB entre 2001 e 2015, foi candidato a deputado federal em 2006, ficou como suplente e assumiu o mandato em 2009. Em 2010, elegeu-se para seu primeiro mandato completo na Câmara. Em 2015, migrou para o PSOL, aproximando-se ainda mais de pautas de esquerda, com foco em direitos sociais, controle e fiscalização de agentes públicos e críticas a projetos de privatização.
No campo legislativo, votou contra as reformas trabalhista e da Previdência, contra a autonomia do Banco Central e contra privatizações de estatais. Ele também é defensor da taxação de grandes fortunas, da ampliação de políticas sociais e de maior regulação das forças de segurança.