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Nikolas Ferreira perde recurso no Superior Tribunal de Justiça e terá que indenizar Duda Salabert em R$ 30 mil

Deputado recorreu ao STJ após ser condenado por transfobia no TJMG, mas decisão da primeira instância foi mantida pela Justiça

Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) publicada nesta quarta-feira (11) rejeitou um recurso do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e manteve a condenação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) por transfobia contra a deputada Duda Salabert (PDT).

Este foi o último recurso possível no caso que se arrasta desde 2020 e Nikolas terá que indenizar a deputada em R$ 30 mil.

“Essa decisão, que a agora não cabe mais recurso, reforça a importância do combate à transfobia e representa mais uma vitória da Justiça. É a quarta sentença favorável desde 2021, mas o agora deputado segue sem cumprir nenhuma. Vamos pedir à Justiça a penhora de bens para garantir o pagamento do que é devido. Ele vai ter que me entregar nem que seja a TV, o microondas é por aí vai até chegar no valor de R$30 mil reais”, afirmou Duda Salabert.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a assessoria de Nikolas Ferreira, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.

De acordo com a decisão da ministra Maria Isabel Gallotti, “foi com base nas provas e particularidades constantes dos autos que o Tribunal de origem entendeu pela razoabilidade do valor de R$30.000,00 (trinta mil reais) para a autora - arbitrados a título de indenização por danos morais, eis que baseado nos danos suportados em decorrência de transfobia”.

Entenda o caso

Em 2020, quando Nikolas e Duda ainda eram vereadores na Câmara de Belo Horizonte, Nikolas afirmou que os documentos de Duda estavam no masculino, por isso ele iria se referir à parlamentar trans no masculino. No entanto, a deputada tinha os documentos que a reconheciam como mulher.

Duda entrou com uma ação no Tribunal de Justiça de MG acusando Nikolas de cometer transfobia e ressaltando que sua transexualidade deveria ser respeitada. A deputada venceu o processo nas primeiras instâncias e Nikolas recorreu ao Superior Tribunal de Justiça.

A defesa de Nikolas argumentou que o parlamentar usou de sua liberdade de expressão, mas a tese foi rejeitada pela Justiça. O deputado não tem mais direito a recurso no caso.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
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