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Nikolas comenta condenação em processo de Duda Salabert: ‘Chamei XY de homem’

Deputado federal teve recurso rejeitado e condenação pelo crime de transfobia foi mantida

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG)

O deputado federal Nikolas Ferreira comentou nesta quarta-feira (11), a decisão que rejeitou seu recurso e manteve a condenação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) por transfobia contra a deputada Duda Salabert (PDT). Pelas redes sociais, o deputado minimizou suas declarações sobre a transexualidade de Duda e disse que foi condenado porque chamou ‘XY de homem’.

“Condenado por Rachadinha? Roubo de velhinhos? Dólar na cueca? Não. Por opinião. Chamei XY de homem”, postou.

Em termos biológicos, um homem tem o padrão de cromossomos sexuais XY. O cromossomo X é maior e carrega mais genes, enquanto o cromossomo Y é menor e contém genes que são cruciais para o desenvolvimento de órgãos reprodutivos masculinos. Duda Salabert, no entanto, se identifica como pessoa transgênero.

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À Itatiaia, Nikolas disse que a justiça está preocupada com as bandeiras defendidas por ele em detrimento de outras pautas.

“Essa é a nova realidade do Brasil, não estão preocupados com quem desvia dinheiro dos aposentados, como no roubo do INSS. Estão preocupados com a maneira que eu expresso a minha opinião sobre meus valores e convicções, reafirmo que sigo firme na defesa das minhas bandeiras e dos meus eleitores”, disse.

Este foi o último recurso possível no caso que se arrasta desde 2020 e Nikolas terá que indenizar a deputada em R$ 30 mil.

Entenda o caso

Em 2020, quando Nikolas e Duda ainda eram vereadores na Câmara de Belo Horizonte, Nikolas afirmou que os documentos de Duda estavam no masculino, por isso ele iria se referir à parlamentar trans no masculino. No entanto, a deputada tinha os documentos que a reconheciam como mulher.

Duda entrou com uma ação no Tribunal de Justiça de MG acusando Nikolas de cometer transfobia e ressaltando que sua transexualidade deveria ser respeitada. A deputada venceu o processo nas primeiras instâncias e Nikolas recorreu ao Superior Tribunal de Justiça.

A defesa de Nikolas argumentou que o parlamentar usou de sua liberdade de expressão, mas a tese foi rejeitada pela Justiça.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.
Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.