Ouvindo...

Senado aprova MP do setor elétrico que deixa conta de luz mais barata; veja o que muda

O texto aprovado propõe fim de cobrança extra na microgeração solar e amplia compensações por falhas no sistema

Conta de luz deve ficar mais barata com a aprovação da MP do setor elétrico no Congresso

O Senado aprovou nesta quinta-feira (30), por 22 votos a favor e 2 contrários, o relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM), referente a Medida Provisória 1.304, que faz uma série de ajustes nas regras do setor elétrico. O objetivo é dar mais previsibilidade às tarifas, corrigir distorções e garantir o funcionamento equilibrado do sistema. O texto agora segue para sanção presidencial.

A Medida Provisória do setor elétrico prevê a abertura do mercado de energia para todos os consumidores a partir de 2027 e 2028, permitindo a livre escolha de fornecedores. A transição começa em agosto de 2026, para indústrias e comércios, e em dezembro de 2027 para os demais consumidores, como os residenciais.

O relator afirmou que o objetivo da medida é garantir equilíbrio, segurança e transparência para o sistema, com energia mais barata tanto para famílias quanto para o setor produtivo.

Nosso foco sempre foi o consumidor. O texto busca corrigir distorções e promover justiça tarifária, com segurança energética e previsibilidade para o país”, disse.

A aprovação foi possível depois de um entendimento entre o governo e a oposição. O acordo retirado do texto o trecho que obrigava a contratação de termelétricas a gás natural, regra que havia sido incluída na lei de capitalização da Eletrobras. A proposta de exclusão foi feita pelo deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), líder do MDB na Câmara, e contou com o apoio do senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), que lidera o governo no Congresso.

Fim da taxa para quem gera sua própria energia

Uma das novidades da MP é o fim da cobrança adicional sobre a geração distribuída , ou seja, para quem produz parte da própria energia, como no caso de painéis solares residenciais. O texto elimina a taxa de R$ 20 a cada 100 kWh que seria cobrada de novos consumidores com esse tipo de sistema.

A ideia é que a medida estimule a expansão da energia solar no país, tornando o investimento mais acessível e previsível.

Regras mais claras para compensação de energia

Outro ponto relevante é a ampliação do chamado ressarcimento por cortes de geração. Nos casos em que usinas eólicas ou solares precisem parar de produzir por motivos externos, elas terão direito a compensação financeira. Essa indenização será custeada pelos encargos do sistema , já incluída na conta de luz.

  • O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) terá até 60 dias para calcular os valores retroativos desde setembro de 2023.
  • O Ministério de Minas e Energia definirá as regras definidas em até 30 dias após a sanção.

Essas mudanças tentam evitar desequilíbrios no mercado e novos prejuízos que poderiam, no futuro, pesar no bolso do consumidor.

Pelo texto aprovado, 100% da receita das outorgas de concessão de hidrelétricas será destinada à CDE nos próximos sete anos, com o aporte superior a R$ 15 bilhões no fundo setorial. O valor deverá compensar parte dos subsídios e contribuir para conter a alta nas tarifas de energia.

Também foi mantida a previsão de isenção fiscal para sistemas de armazenamento de energia, que poderão se beneficiar de isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS/Cofins e redução de imposto de importação. A medida busca incentivar novas tecnologias e reduzir o desperdício de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN).

Leia também

Vetos e passos

Parte do texto, que alterava as regras de arrecadação no setor de petróleo e limitava o fundo que os programas de financiamento do setor elétrico, deveria ser vetado pelo governo. O senador Eduardo Braga (MDB-AM), considerou que o acordo aprovado representa um avanço para modernizar o sistema energético brasileiro.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.