O Brasil já planeja novas pautas para a reunião da cúpula de presidentes, em julho, na cidade de Buenos Aires, na Argentina e tenta incluir os setores do Açúcar e automotivo no Mercosul. As informações foram anunciadas durante uma reunião no Palácio do Itamaraty, nesta quinta-feira (26).
A cúpula do Mercosul será realizada nos dias 2 e 3 de julho, na Argentina. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegará na quarta-feira e retorna ao Brasil no dia seguinte.
A Secretaria de América Latina e Caribe, Gisela Maria Figueiredo Padovan, falou sobre alguns assuntos e respondeu que não há previsão de que o presidente Lula visite a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner durante o período de reunião da cúpula. Ela também disse que é uma prioridade a tentativa de acordo entre Mercosul e União Europeia, com o objetivo de criar uma área de livre comércio, reduzindo tarifas e facilitando as transações entre os dois blocos. Lula inclusive voltou a cobrar Emmanuel Macron, presidente da França, no início do mês de junho em sua viagem ao país, acerca de uma posição sobre o acordo.
Gisela explicou que um dos temas abordados será o lançamento do Mercosul verde, uma forma de comércio sustentável para que o mundo entenda a preocupação do Brasil com a nossa agricultura baseada na sustentabilidade. Ela também citou que haverá uma convocação para os ministros de meio ambiente para a Cop30, com o envio de uma mensagem em nome dos países do Mercosul retratando a discussão sobre a crise climática. A Segurança Pública também vai ser amplamente discutida, segundo ela.
Existem planos de reforço para o Instituto de Políticas Públicas e Direitos Humanos (IPPDH) e Instituto Social do MERCOSUL (ISM), de forma a alavancar mais representatividade para as causas sociais de Direitos Humanos, Justiça e de Equidade Social.
Canadá, Japão, Vietnã e Indonesia devem ser os próximos países a receberem propostas de acordo com o Mercosul, segundo a embaixadora.
O comércio de automóveis hoje em dia é quase exclusivo para o Brasil e Argentina, que têm acordos de cotas e por isso, uma quantidade limitada de veículos pode entrar no intercâmbio sem a alíquota de importação, de 35%. No caso do açúcar, o diplomata e diretor do Departamento do Mercosul do Itamaraty, Francisco Canabrava, disse que a ideia é que seja feita uma integração entre o setor e também com os produtos que utilizam o açúcar de todos os países do Mercosul.
É importante dizer que a presidência pro tempore do Mercosul dura seis meses e atualmente está com a Argentina. A partir da semana que vem, Lula receberá o mandato do presidente argentino, Javier Milei.