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Lula na ONU: ‘Autoritarismo se fortalece quando nos omitimos frente a arbitrariedades’

Presidente brasileiro foi o primeiro a discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante discurso na Assembleia Geral da ONU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas às tentativas ao que considera ataques ao multilateralismo e à ordem internacional durante o discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos.

“Este deveria ser um momento de celebração das Nações Unidas. Criada no fim da guerra, a ONU simboliza a expressão mais elevada da aspiração pela paz e pela prosperidade. Hoje, contudo, os ideais que inspiraram seus fundadores em São Francisco, estão ameaçados como nunca estiveram em toda a sua história. O multilateralismo está diante de nova encruzilhada. A autoridade dessa organização está em xeque”, iniciou o petista.

Segundo ele, os países assistem “à consolidação de uma desordem internacional marcada por seguidas concessões à política do poder”. Os resultados desse processo, na visão do presidente brasileiro, são atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais, que “estão se tornando regra”.

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“Existe um evidente paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia. O autoritarismo se fortalece quando nos omitimos frente a arbitrariedades. Quando a sociedade internacional vacila na defesa da paz, da soberania e do direito, as consequências são trágicas”, declarou.

Sem mencionar o tarifaço sobre os produtos brasileiros decretado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, Lula classificou a medida como “inaceitável” e defendeu a soberania do Brasil.

“Não há justificativa para medidas unilaterais e arbitrárias contra as nossas instituições e nossa economia. A agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias”, enfatizou.

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.