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Governo Lula responde a sanções contra Moraes e tarifaço: 'é inaceitável a interferência do governo norte-americano’

Presidente dos EUA estabeleceu que medida entrará em vigor em 6 de agosto e excluiu quase 700 itens da lista de produtos sobretaxados

O presidente Lula e o candidato ao comando dos EUA Donad Trump

O governo brasileiro divulgou nota na noite desta quarta-feira (30) em que critica o tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros oficializado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A gestão de Lula ainda rechaça as “interferências” do governo norte-americano contra o Judiciário brasileiro.

A manifestação veio depois de uma reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Sidônio Palmeira (Comunicação Social da Presidência).

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Trump oficializou o tarifaço em uma ordem executiva, mas com uma nova data para a medida entrar em vigor: 6 de agosto. Ele excluiu da lista de produtos sobretaxados o suco de laranja, minerais e aviões não militares. Entretanto, outros itens importantes na pauta de exportações, como carne e café, serão afetados.

Leia a nota na íntegra

O Brasil é um país soberano e democrático, que respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes. Um país que defende o multilateralismo e a convivência harmoniosa entre as Nações, o que tem garantido a força da nossa economia e a autonomia da nossa política externa.

É inaceitável a interferência do governo norte-americano na Justiça brasileira.

O governo brasileiro se solidariza com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, alvo de sanções motivadas pela ação de políticos brasileiros que traem nossa pátria e nosso povo em defesa dos próprios interesses.

Um dos fundamentos da democracia e do respeito aos direitos humanos no Brasil é a independência do Poder Judiciário e qualquer tentativa de enfraquecê-lo constitui ameaça ao próprio regime democrático. Justiça não se negocia.

No Brasil, a lei é para todos os cidadãos e todas as empresas. Qualquer atividade que afete a vida da população e da democracia brasileira está sujeita a normas. Não é diferente para as plataformas digitais.

A sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a democracia.

O governo brasileiro considera injustificável o uso de argumentos políticos para validar as medidas comerciais anunciadas pelo governo norte-americano contra as exportações brasileiras. O Brasil tem acumulado nas últimas décadas um significativo déficit comercial em bens e serviços com os Estados Unidos. A motivação política das medidas contra o Brasil atenta contra a soberania nacional e a própria relação histórica entre os dois países.

O Brasil segue disposto a negociar aspectos comerciais da relação com os Estados Unidos, mas não abrirá mão dos instrumentos de defesa do país previstos em sua legislação. Nossa economia está cada vez mais integrada aos principais mercados e parceiros internacionais.

Já iniciamos a avaliação dos impactos das medidas e a elaboração das ações para apoiar e proteger os trabalhadores, as empresas e as famílias brasileira

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.